Bruna mãos de tesoura

by - março 01, 2020


Nunca na minha vida imaginei que poderia desenvolver um talento. Sim, eu tenho uma autoestima invejável, como vocês podem ver, hahaha. Mas, falando sério, eu tenho algumas neuras que confesso serem um pouco estranhas e uma delas é que eu quero muito passar uma infinidade de legados para meus futuros filhos. Eu quero ser aquelas avós que abrem baús em sótãos e tiram de lá sonhos nostálgicos para o deleite de sua família. Eu quero ser aquela mãe que passa itens da sua coleção literária para seus filhotes, quero ser aquela que ensina talentos e truques para eles...

E é por isso que compro (e leio) livros clássicos do universo infanto-juvenil. E é por isso que eu tenho guardados os ingressos de meus filmes favoritos. E foi por causa disso que eu quis aprender a bordar. Mas, quem diria, o bichinho da vaidade me picou bem nesse momento! Eu já não queria mais bordar por eles e nem por ninguém. Eu queria bordar por mim mesma, porque essa atividade me fazia realizada comigo mesma, ela me mostrava que eu era capaz de conquistar tudo o que eu quisesse, apenas tendo um pouquinho de coragem e muita determinação. 

O bordado era meu. Só meu. Era o meu refúgio de pensamentos negativos, era a minha balança de equilibrar sentimentos, era as minhas medalhas de honra ao mérito porque eu podia fazer o perfeito nas minhas imperfeições. E, então, uma atividade que começou despretensiosa, se estendeu para pilhas de linhas coloridas e paredes tomadas por experiências. Eu já não era mais Bruna apenas. Eu era a Bruna Mãos de Tesoura.


O que é mais legal na minha breve história de bordadeira é a forma como aprendi a bordar. Antes, pensava que só conseguiria em algum curso e me frustrava com minha rotina agitada que não me permitia cursá-lo. Até que o Tico e o Teco se encontraram na minha cabeça: e se eu procurasse no YouTube? 

Foi aí que eu descobri o canal do Clube do Bordado e, bom, eu estava certa. Sim, elas ensinam direitinho as técnicas e conseguiram fazer com que eu, que nunca nem tinha costurado uma meia antes, pudesse ter coragem para publicar meus primeiros trabalhos na Internet (mesmo que só fosse pelo blog, hahaha). Já conhecia as meninas do Clube antes, pois já as tinha entrevistado para o site da empresa júnior da faculdade, mas não tinha ideia da didática delas, sabe? 

Comprei um bastidor na lojinha do meu bairro (simples, de plástico mesmo), algumas agulhas, linhas de rolo e panos de copa para começar minhas tentativas. Entre idas e vindas, terminei os três panos que tinha no prazo de dois anos. Isso porque não tinha muita confiança em mim mesma e sempre deixava de lado o bordado em detrimento de atividades que estão na minha zona de conforto: ler e assistir a filmes basicamente. Mas, este ano, eu dei um basta nisso! Coloquei como meta me aprimorar nesse talento e é isso que vim fazendo nas férias desde então. 



De janeiro até aqui, consegui me desenvolver bastante. Já fiz cinco outros bordados, além dos panos, todos livres e já presenteei meus pais com um quadro-bastidor lindinho. No momento, estou me dedicando ao projeto Totoro e prometo mostrar para vocês o resultado lá pelo Instagram do blog. Já me segue por lá? Ainda não? Corre: @bloglapetitesouris .

E mesmo que o bordado tenha se tornado algo tão particular da minha vida, algo tão intrínseco a mim, tão próprio que nem me lembro da época em que não sabia bordar, continuo ainda com meus sonhos a longo prazo para ele que envolvem mais pessoas. Agora, quero dar bordados de presente para meus amigos. Quero poder bordar as minhas roupa e seguir bordando para todos aqueles que amarei profundamente no futuro próximo. 

Afinal, que tipo de artista eu seria se não quisesse expor meu talento ao mundo? E que tipo de pessoa eu seria se não quisesse compartilhá-lo com outras pessoas também?


Vocês possuem talentos ou particularidades assim, daqueles tão seus que te definem um pouco? Fico tão contente por ter expandido os meus: agora, mais do que uma leitora voraz e uma escritora em potencial, também sou uma bordadeira amorosa (mas, que ainda não se deu bem com as linhas de meada). 

Este é um dos capítulos que gostaria de ter escrito há muito, muito tempo, mas que esperei para amadurecer até que ficasse no ponto de eu escrevê-lo com propriedade e não me arrepender de falhas anos depois. Espero muito que tenham gostado da volta de uma das categorias que mais amo no blog: o Sunday Love, em que compartilho tudo aquilo que amo, tenho orgulho e por qual sou grata.

O bordado, com certeza, é uma dessas coisas e quero leva-lo para sempre em minha vida. Au revoir.

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6 comentários

  1. Bordar é uma delícia em todas as suas etapas <3 (E eu adoro o Clube!)

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    1. As meninas do Clube são incríveis, ne? Obrigada pela visita, flor. Beijos açucarados

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  2. Olá Bruna! tudo bem,que lindo seus bordados,amei a da raposa e a da geleia de laranja.Eu quero muito aprender a bordar,acho tão bonita está arte...Conheci o canal do Clube do Bordado recentemente mas já estou adorando.

    Abraços para você!!

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    1. Bonjour, miss Lia. Olha, sou a prova viva de que o Clube ajuda mesmo a aprender a bordar. Procura pelas aulas básicas, são bem explicadas e divertidas. Você vai adorar! Beijos açucarados

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  3. Omg,eu AMO o seu blog! Eu estou me inspirando muito nele para criar o meu! Adorei o título do blog,amei tudo nele!
    Então,eu gosto do geito de você falar francês. Eu amo francês.
    Então,no meu blog,eu falei do seu. Quer dizer,eu coloquei uma lista de blogs que eu sigo no blogger. Vc quer ver ele?
    https://marlonsblogvidaemlocais.blogspot.com/
    Ameiii o seu blog. Coisa mais fofucha! Amei!

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    1. Aaaa, muito obrigada! Tô pulando de alegria aqui atrás da tela. Vou dar uma olhadinha sim, beijos açucarados

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