Resenha: Morte nas Nuvens - Agatha Christie
O assento n°9 dava a Hercule Poirot a localização perfeita para observar seus companheiros de voo. À direita, ele podia ver uma bela jovem, visivelmente apaixonada pelo homem ao seu lado. Mais adiante, o assento n°13 era ocupado por uma condessa que mal disfarçava o vício da cocaína. Do outro lado do corredor, no assento n°8, sentava-se um escritor de contos policiais, às voltas com um marimbondo impertinente. O que Poirot ainda não tinha percebido era que atrás dele no assento n°2, estava caído o corpo sem vida de uma mulher. Para os passageiros que vinham de Le Bourget, o breve voo do Prometeu sobre o canal da Mancha prometia ser tudo, menos uma viagem de rotina.
Romance Policial// 252 páginas// Editora L&PM Pocket// Classificação: 4/5
Bonjour, mes amis, ça va?
A resenha de hoje é um pouco diferente daquelas dos livros que geralmente passam pelo La Petite Souris, já que não é a resenha de um livro infanto-juvenil ou de fantasia, mas sim é a resenha de um dos inúmeros livros que a escritora inglesa Agatha Christie escreveram: Morte nas Nuvens.
Não sei se já mencionei em algum capítulo a minha paixão por literatura policial (talvez não), mas o fato é que desde quando eu era adolescente, eu peguei o gosto de ler livros de detetive ou que envolviam algum mistério no enredo. E a Agatha Christie foi uma das grandes responsáveis por eu ter desenvolvido esse carinho por mistérios.
Então, você aí que está lendo e quer me presentear de alguma maneira, pode me dar algum livro da Christie, está bem?
Agora chega de enrolação e vamos ao que eu achei do livro.
Morte nas Nuvens é mais um romance cujo protagonista é o famoso detetive belga Hercule Poirot que, na minha mais humilde opinião, é um personagem muito superior ao clássico Sherlock Holmes quando o assunto é veracidade e soluções de caso mirabolantes. Eu sou fã de Poirot e, por isso, foi bastante interessante me deparar com ele tão envolvido com um caso de assassinato, mas, com as mãos atadas por uma falha pessoal.
O enredo principal do livro, no caso, o assassinato em si, foi bem construído a medida em que ele funcionou bem separado do contexto e também inserido nele. A dinâmica entre dois departamentos de polícia (francesa e inglesa) ficou um pouco confusa, porque tiveram alguns momentos em que não conseguia discernir qual descoberta foi feita por qual dos departamentos. Mas, a mediação e a condução do bigodudo Poirot foi certeira e, no final, ele resolveu o caso usando métodos próprios, ignorando as descobertas policiais. Isso, aliás, é uma constante em livros policiais. Foi engraçado Agatha ter colocado isso em um diálogo de Morte nas Nuvens, porque, certamente, seria o livro em que mais a polícia poderia contribuir no caso, o que não ocorreu, assim como eu disse acima.
O contexto da estória foi bem trabalhado, mas acredito que ele tomou, em alguns momentos, muito a dianteira do livro e isso me deixou um pouco irritada durante a leitura. Claro que tudo o que acontecia era importante, mas não precisava transformar o livro em uma estória romântica água com açúcar cujos personagens envolvidos não tinham carisma algum. Jane era insossa, maldosa e invejosa e seu partner era um dentista bonachão, um tipo simplório que também não conquistou minha atenção.
Também não foram desenvolvidos algumas das tramas paralelas como deveria ter sido. Isso talvez demonstrasse que Christie não conseguia trabalhar bem com muitos personagens, tantos principais quanto coadjuvantes, mas isso não é verdade. Podemos ver como ela é boa em E não Sobrou Nenhum. O livro é que se perdeu mesmo.
Por fim, o crime. Certamente, Agatha Christie foi engenhosa em inserir no início do livro a cena do avião e nos dar o gostinho de tentar solucionar o caso por nós mesmos logo quando começamos a ler. Porém, os motivos reais e o autor do crime, ao final, não foram os melhores que já li da autora. O motivo foi simples e corriqueiro, nada mirabolante que dá o tom especial aos livros de mistério. E o assassino, bem, parece que foi jogado ali como para causar um clímax às estórias paralelas e não que ele fosse o autor macabro e insensível, sabe?
Morte nas Nuvens ganha apenas pela edição linda de capa da L&PM. A vespa e as nuvens são tão bonitos! Não comecei com o pé direito em 2018 para livros policiais. Quem sabe me saio melhor no próximo livro de Christie que está em minha estante, não é?
Au revoir.
O enredo principal do livro, no caso, o assassinato em si, foi bem construído a medida em que ele funcionou bem separado do contexto e também inserido nele. A dinâmica entre dois departamentos de polícia (francesa e inglesa) ficou um pouco confusa, porque tiveram alguns momentos em que não conseguia discernir qual descoberta foi feita por qual dos departamentos. Mas, a mediação e a condução do bigodudo Poirot foi certeira e, no final, ele resolveu o caso usando métodos próprios, ignorando as descobertas policiais. Isso, aliás, é uma constante em livros policiais. Foi engraçado Agatha ter colocado isso em um diálogo de Morte nas Nuvens, porque, certamente, seria o livro em que mais a polícia poderia contribuir no caso, o que não ocorreu, assim como eu disse acima.
O contexto da estória foi bem trabalhado, mas acredito que ele tomou, em alguns momentos, muito a dianteira do livro e isso me deixou um pouco irritada durante a leitura. Claro que tudo o que acontecia era importante, mas não precisava transformar o livro em uma estória romântica água com açúcar cujos personagens envolvidos não tinham carisma algum. Jane era insossa, maldosa e invejosa e seu partner era um dentista bonachão, um tipo simplório que também não conquistou minha atenção.
Também não foram desenvolvidos algumas das tramas paralelas como deveria ter sido. Isso talvez demonstrasse que Christie não conseguia trabalhar bem com muitos personagens, tantos principais quanto coadjuvantes, mas isso não é verdade. Podemos ver como ela é boa em E não Sobrou Nenhum. O livro é que se perdeu mesmo.
Por fim, o crime. Certamente, Agatha Christie foi engenhosa em inserir no início do livro a cena do avião e nos dar o gostinho de tentar solucionar o caso por nós mesmos logo quando começamos a ler. Porém, os motivos reais e o autor do crime, ao final, não foram os melhores que já li da autora. O motivo foi simples e corriqueiro, nada mirabolante que dá o tom especial aos livros de mistério. E o assassino, bem, parece que foi jogado ali como para causar um clímax às estórias paralelas e não que ele fosse o autor macabro e insensível, sabe?
Morte nas Nuvens ganha apenas pela edição linda de capa da L&PM. A vespa e as nuvens são tão bonitos! Não comecei com o pé direito em 2018 para livros policiais. Quem sabe me saio melhor no próximo livro de Christie que está em minha estante, não é?
Au revoir.
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