• Início
  • Contato
  • Sobre mim
  • O blog
Tecnologia do Blogger.

La Petite Souris

Hoje é o último dia de 2019! Você consegue acreditar nisso? Mais um ano terminou e, em minha opinião, ele passou tão rapidinho... Foi um ano de muitas conquistas para mim, amadurecimento e boas novas, então sou muito grata por tê-lo vivido e por tudo o que ele me trouxe. Inclusive, leituras que me transformaram positivamente e fizeram reviver o meu espírito de ratinha de biblioteca que eu senti que havia adormecido em 2018.

Por isso, como último capítulo de 2019 do blog, trouxe mais uma tag literária para vocês. Eu a conheci pelo canal Livros e Fuxicos ainda nas primeiras semanas de dezembro, e logo quis responde-la aqui no meu cantinho. Aliás, posso fazer uma pergunta? Vocês tem o costume de fazer metas literárias para o Ano Novo? Pergunto porque essa é uma das questões da tag e tive muita dificuldade em respondê-la, pois nunca fiz isso. Afinal, eu nunca tive tantos livros acumulados para ler como eu tenho agora, então não via motivos para projetar próximas leituras... 

Outra pergunta que eu tenho é: vocês fazem uma lista dos livros lidos ao longo do ano? Isso eu faço! Já faz tempo aliás hehehe. Também faço listas dos filmes que assisti e das séries que conclui ou comecei. Minha agenda está super lotada agora! Enfim, vamos à tag? Lembrando que se vocês quiserem respondê-la também, por favor, peço apenas que me mandem nos comentários o link para que eu possa conferir a resposta de vocês e, claro, pegar algumas dicas de livros.

  • Tem algum livro que você começou esse ano e ainda precisa terminar?
Origens, do Neil deGrasse Tyson. Eu comecei a lê-lo super empolgada, mas as teorias físicas foram ficando um pouco complicadas e a leitura me desestimulou um pouquinho. Porém, quero muito terminar esse livro e pretendo que seja logo!
  • Você tem um livro primaveril para te ajudar na transição do ano?
Sim, O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado. Por ser um livro infanto-juvenil, por ter animais como protagonistas e pela minha edição ser recheada de lindas ilustrações, acho que esse livro me traz um gostinho de Primavera - leve e adocicada.
  • Tem algum lançamento que ainda queira ler?
Hm... Com tantos livros que eu ainda tenho que ler, acho que não por enquanto.
  • Quais são os três livros que você deseja ler até o final do ano?
Em ordem: O Presente do Meu Grande Amor; O Casamento da Princesa, da Meg Cabot; e  A Metamorfose, de Franz Kafka. Como hoje é o último dia de dezembro e do ano de 2019, espero ter cumprido com essa meta (essa é a Bruna do passado falando huhu).
  • Tem algum livro que você acha que ainda pode te chocar e virar seu favorito?
Chocar, chocar não. Mas, acredito que esse se tornará um dos meus livros favoritos com certeza, pois já amei a escrita da Paola em Volte para Mim. O livro é Livre para Recomeçar, da Paola Aleksandra.
  • Você tem uma meta literária pro ano que vem?
Pois é, não... Mas, quero muito terminar de ler os meus livros acumulados.

Gostou da tag? 

Quero agradecer muito por esse 2019 no blog. O La Petite Souris fez dois aninhos nesse ano e, mais do que isso, ele cresceu muito ao longo de 2019 inteiro. O blog mudou de carinha, ganhou um perfil no Instagram (@bloglapetitesouris), produziu seus primeiros vídeos, ganhou novos seguidores (muito obrigada de coração, mes amis) e, acima de tudo, me fez muito contente! Então, tudo o que eu posso fazer é agradecer a vocês pelo apoio e pelo carinho nesse lindo 2019. Eu amo vocês e desejo que possamos nos ver e conversar ainda mais em 2020.

Feliz ano novo a todos! Au revoir.
Share
Tweet
Pin
Share
No comentários

Este capítulo poderia ter chegado há poucos dias, porém o meu coração pediu para que ele fosse um dos muitos sobre gratidão da categoria do Sunday Love... Porque existe motivo maior de gratidão do que o Advento? 

O Calendário do Advento é uma tradição natalina que está se tornando popular no Brasil só agora. Eu mesma conheci essa tradição há uns três anos e me encantei na hora: um calendário para aguardar a Véspera do Natal, em que é possível fazer algo ou ganhar pequenos presentes até esse dia? Isso sim é que era uma atividade maravilhosa para essa época do ano! 

Por isso, me empolguei e fiz meus primeiros calendários da forma mais simples possível. Eram apenas envelopes decorados com motivações natalinas aonde eu guardava bilhetinhos com instruções de atividades a fazer. Mas, eu realmente queria tornar o Calendário do Advento uma tradição para mim e para minha família. Daí, eu mesma construí o meu próprio calendário de tecido! Inclusive, eu compartilhei aqui no blog o seu passo a passo, confere aqui!


No ano passado, eu ainda colocava bilhetinhos com atividades para entrar no clima do Natal, mas neste ano eu quis fazer diferente. Então, depois de assistir a vários vídeos britânicos e germânicos (países em que a tradição do Calendário é bem mais forte do que no Brasil) pelo YouTube, decidi o seguinte: eu me presentearia com pequenas coisas durante todos os dias do Calendário. Nada muito caro e nem muito grande, apenas pequenos presentes significativos que alegrariam os meus dias até o Natal.

E não é que deu certo? Confesso que foi bem trabalhoso ir atrás desses presentes e também escolher o que colocar no Calendário. Mas, no fim, sempre dá certo e nós ficamos felizes, não é mesmo? Foram vinte e quatro presentes (e algumas atividades também, pois não conseguir ter ideia para tantos dias) que vocês podem ver aí na foto de baixo. Se você for reparar, na foto não estão todos eles: alguns eu já usei e acabou. Porém, quis mostrar para vocês todos os que são mais duradouros para que, quem sabe, vocês também se inspirem para seguir essa tradição no ano que vem e daí, já ficam algumas dicas de presentes.


Como vocês podem ver, eu gosto muito de bibelôs, hahahaha. Desde quando eu era bem pequenina, meu quarto era recheado de enfeites espalhados pela penteadeira e uma das minhas atividades favoritas era ir escolher e comprar mais enfeites para lá. Eu também gosto bastante de adesivos (embaixo da cartela da Barbie, tem mais umas quatro!) e de atividades manuais (por isso, as canetas, as sementes e a estrela, que eu mesma fiz). 

E quem não gosta de chocolate e sabonetes perfumados? Complementa tudo isso com acessórios, pronto, você construiu o Calendário do Advento perfeito para mim, hihi :3 


Ooown, um minuto de silêncio para esse ouriço (hedgehog) de pelúcia que alegrará todos os dias da minha vida à partir de agora <3 

Para quem acompanha o blog pelas redes sociais também, principalmente pelo Instagram, já sabia do Calendário do Advento desse ano. Isso porque eu compartilhei os meus presentinhos todos os dias pelos stories, complementando todos eles com as maravilindas músicas de Natal que me deixam tão contente em Dezembro. Se você quiser ver como ficou, ainda dá tempo, viu? Corre lá na bio que eu deixei um card especial sobre isso: @bloglapetitesouris.

E você já conhecia a tradição do Calendário do Advento? Como foi essa atividade nesse ano para vocês, mes amis? Deixem aí nos comentários quais são as tradições de Natal que vocês mais gostam, por favor, pois adoro ler suas palavras por aqui. Au revoir.
Share
Tweet
Pin
Share
No comentários

São Nicolau já chegou na cidade... E também já se despediu dela ontem mesmo. Eu sempre me impressiono com o quanto as visitas dele são rápidas! Agora, só o veremos novamente no fim do ano que vem... E como foi o Natal de vocês nesse ano de 2019?

Muitas pessoas possuem tradições natalinas e formas de comemorar diferentes. Eu, por exemplo, sou completamente o oposto do Grinch: eu amo o Natal! Ele corre nas minhas veias não só em Dezembro, mas o ano inteirinho. Isso porque acredito que o espírito natalino é um estado e não se resume a uma época do ano, sabe? O amor, a gratidão, a amizade, a paz e a união são sentimentos que precisam ser reforçados durante todos os meses seguintes, por isso, guardo em meu coração aquela sementinha com cheirinho de canela e que toca "All I want for Christmas".

Mas, para além disso, eu também tenho formas de comemorar o Natal que são mais palpáveis. Eu gosto muito de assistir a filmes natalinos (desde aqueles bem ruins de comédia romântica até os clássicos como Milagre na Rua 34); ouvir playlists natalinas das blogueiras (a minha favorita de 2019 foi a da Melina Souza, do Tea with Mel); fazer o Calendário do Advento; ir aos shopping para ver as decorações de Natal e fazer compras também, mesmo que eu tenha internalizado que o Natal não significa apenas dar e receber presentes. Além disso, todos os anos, desde que eu nasci, eu e minha família passamos o Natal na casa do meu tio. 


Você passa o Natal com sua família também? Sai de casa ou fica em casa, comemorando o Natal de um jeitinho bem aconchegante? Como eu disse, sempre saí de casa e uma das coisas que mais gosto é me arrumar para comemorar essa data... Eu fiquei tão contente por ter conseguido fazer a maquiagem que tinha visto no Pinterest! Eu sei que é bobo, mas mesmo assim, essa pequena conquista deixou o meu coração quentinho.

Porém, confesso que maquiagem não é minha coisa favorita do mundo: esse espaço eu deixo para os cosméticos tipo hidratantes e sabonetes. E foi isso que eu pedi para São Nicolau (vulgo, Papai Noel, vulgo meus... Bem, será que crianças leem meu blog?) coisas assim nesse ano de 2019. 


Um dia desses, passei pela loja da Granado e vi essa lata vintage tão linda exposta. O meu coração parou logo nesse instante. Já sou fã dessa perfumaria por causa de sua história, sua tradição e os cherinhos que ela produz há vários e vários anos, mas, agora, quando eu vi essa ilustração dos anos 1920 estampada na lata... Ai meu Deus!

O mais legal é que existem várias cores de lata na Granado que acompanham as diversas fragrâncias. E se você ainda não comprou os presentes de Natal, corre, porque ainda dá tempo e a Granado tem outros kits especiais de Natal. Inclusive, um Calendário do Advento!

E nesse ano, como fui comportada e boazinha, ganhei dois presentes! O outro veio direto da Boticário, uma perfumaria que conhece a nossa família de cor, pois sempre passamos por lá nessa época do ano. Há algum tempo já, eu queria experimentar esses body showers e ganhei um com cheirinho de Açaí nesse Natal <3

Agora, vou mostrar os detalhes do que o meu Grande Amor (São Nicolau) deu para mim. Três sabonetes, dois hidratantes e um coração feliz...






Olha essa lata! Até mesmo o subtítulo que acompanha o nome da perfumaria é vintage. E a "modelo" segurando o perfume é a coisa mais fofinha que vi nesse fim de 2019!

Quero reforçar mais uma vez que o Natal é muito mais do que apenas ganhar presentes. O Natal é, para mim, o tempo de trocar sentimentos positivos, principalmente o amor, e sermos gratos por tudo o que conquistamos no ano e pelo amor que recebemos nesses 365 dias. Além disso, também é o tempo de sermos generosos e partirmos em doação por todos aqueles que possuem necessidades, não só financeiras, mas também de carinho e amor. 

E como foi o Natal de vocês, mes amis? O tio Nicolau passou por sua casa e deixou presentes também? Comenta aí embaixo, por favor, adoro quando trocamos experiências por aqui. Au revoir e feliz Natal!
Share
Tweet
Pin
Share
3 comentários

21:00.

Sophia estava parada em frente à árvore de Natal "Charlie Brown" que seus pais haviam comprado naquele ano. Ela era de plástico, o verde fosforescente do que eram para ser as folhas do pinheiro agrediam seus olhos, esteticamente refinados. Afinal, porque raios haviam folhas até mesmo no tronco? Isso não estava certo, assim como o Natal daquele ano, o primeiro que passariam na casa nova.

Eles haviam se mudado para lá há cerca de cinco meses, porém Sophia ainda não se acostumara com a nova residência. Ela era dolorosamente menor do que sua antiga casa. Agora, tinha até mesmo que dividir seu quarto com as gêmeas e - o cúmulo do absurdo - dormir na cama anexa a uma das camas das irmãs. Seus longos cabelos loiros quase tocavam o chão quando se deitava lá, obrigando-a a prendê-los em duas tranças grossas todas as noites. 

Na casa antiga, ela tinha um quarto só para ela. Dentro dele, ela tinha seu pequeno País das Maravilhas: um closet que ia de parede à parede; uma cama queen size coberta por pelúcias que trouxera da sua última viagem à Disney; um painel com as fotos de suas melhores amigas e um pisca-pisca que sempre estava ligado. Agora, seus pais haviam imposto uma regra (tosca, na opinião dela) sobre o pisca-pisca que havia sido instalado na janela da sala: ele só poderia ser ligado no mês de Dezembro e seria desligado na primeira semana de Janeiro, nem um dia a mais. 

Junta todas essas regras - ridículas - que estavam acabando com o Natal de Sophia com os enfeites - irritantemente simplórios - com os quais sua mãe e as gêmeas haviam decorado a árvore deles. A garota tinha certeza absoluta de que aquele era o pior Natal da vida dela. Era culpa dos pais? Não, não conseguia culpa-los tanto assim. Afinal, sua mãe perdera o emprego quando ficou grávida das irmãs de Sophia e nunca mais conseguira se integrar no mercado de trabalho. E seu pai, há exatamente sete meses, também perdera o seu e, ainda mais, tivera que gastar boa parte de suas economias no tratamento de uma doença da avó. Então, Sophia não as culpava. Culpava, sim, o Universo, Deus, sei lá. Culpava a todos, inclusive o - estúpido - Papai Noel em que suas irmãzinhas acreditavam, mas que, com certeza, havia se esquecido dela naquele ano.

Deu uma última olhada para a dançarina de papel que girava com o vento na árvore de Natal e se virou para subir ao seu - pseudo - quarto. Quem sabe a voz de Mariah a animava um pouco?

22:00.

Krampus direcionava sua bússola. Na verdade, batia em sua estrutura metálica com suas longas unhas amareladas, fazendo um "tic, tic, tic" que se assemelhava a um pica-pau trabalhando, tomando o máximo de cuidado que conseguia para que ele não quebrasse. Não podia se dar a esse luxo, afinal, a conquista da bússola para identificar seus presenteados na Véspera de Natal fora uma concessão bastante gentil do velho Nick naquele ano. Antes, Krampus tinha que usar apenas a sua sensibilidade apurada - e a memória - para encontrar as casas daqueles que mereciam a honra de sua visita. 

Na sétima batida, o ponteiro dourado voltou a girar loucamente dentro do vidro. Krampus deu um sorriso e seus olhos, fundos e caninos em seu rosto, cintilaram: o ponteiro havia se virado em direção a uma casa na esquina direita a que estava, uma casa simples, mas arrumadinha, cujas janelas do quarto e da sala se iluminavam com as luzes azuis do pisca-pisca. Ao olhar para casa, Krampus se lembrou do motivo pelo qual o ponteiro da bússola o indicara lá: uma garota de nariz empinado e longos cabelos loiros chamada Sophia.

Ele se levantou do telhado em que estava e fechou os olhos. Em sua mente, o objeto que seria seu presente à garotinha se formava. Percorrendo seu corpo como a adrenalina percorre o dos humanos, a magia irradiava nas veias de suas mãos, que giravam, e começavam a materializar o seu presente a ela. Krampus estava sem pressa alguma - Nick ainda estava a uma hora de chegar até aquele lugar, então poderia fazer seu trabalho na completa paz. Acrescentou os mais ricos detalhes no presente de Sophia e quando sentiu que estava pronto, ao mesmo tempo em que a magia começava a fazer o caminho contrário em suas veias, tomou impulso em direção ao telhado da casa amarela da outra esquina.

22:10.

Sophia levantou os olhos do notebook, aonde Mariah se esgoelava no falsete de "All I want for Christmas". Aquilo que ela vira por trás dos vidros sujos da janela de seu quarto foram chifres? E aqueles chifres estavam indo em direção a sala de estar? 

Ela se levantou da cama da irmã e foi abrir a janela. Olhou em volta: primeiro em direção de onde o vulto havia surgido, depois, em direção para onde ele tinha ido. Porém, não conseguira mais ver nada. Será que estava começando a alucinar naquela casinha? E então, Sophia ouviu um estrondo vindo mesmo da sala. 

Seus pais e as gêmeas haviam ido comprar um item que estava faltando na Ceia de Natal e, com alívio, deixaram a cara emburrada da filha mais velha para trás. Agora, sozinha, tudo o que Sophia poderia fazer para comprovar sua teoria dos chifres era descer até a sala o mais delicadamente possível. E foi isso que ela fez.

22:20.

Por que raios ele tinha derrubado aquela - estúpida - arvorezinha de Natal? Nunca Krampus  tinha sido tão descuidado em suas operações natalinas... E agora ele tinha que ficar colocando enfeite por enfeite nos galhos de novo, desejando aos deuses que ninguém o tivesse ouvido. Mas, o que ele não sabia era que Sophia havia ouvido... E o olhava, aterrorizada, do alto da escada.

"O que você está fazendo aqui? É um ladrão?" - perguntou Sophia, sabendo de antemão que teria uma resposta negativa. Ela sabia quem ele era. Krampus. E sabia por que ele estava de pé no meio da sua sala de estar, com a bailarina de papel em seus dedos enormes de unhas horríveis. Era culpa dela. Ela seria a sua presenteada naquele ano.

"Eu sei que sabe quem sou eu, Sophia. Aliás, meu feliz Natal para você!" - ele disse, com uma voz muito diferente da que Sophia havia imaginado. Era uma voz mais comum, mais sensível e muito sarcástica. Era um tom do qual gostava muito.

"Feliz Natal, senhor Krampus. Algo para mim esse ano?" - perguntou Sophia, com lágrimas nos olhos e as mãos tremendo. 

Krampus virou-se para ela. Viu o medo nos seus olhos, mas também viu uma raiva inconformada que o angustiava. Será que Sophia merecia mesmo a sua visita? Não era caso do Velho Nick dar só algumas pepitas de carvão para ela e tudo estaria resolvido? Krampus hesitou antes de responder à menina. O presente que havia preparado para ela pesava no bolso de seu longo casaco. 

22:35.

Sophia descera completamente as escadas. Krampus ainda hesitava, mas agora parecia mais raciocinar com seus olhos verdes fechados, o cheiro de grama recém cortada exalando dele. Krampus não era exatamente um monstro... Era uma figura mitológica que encantava Sophia muito. Ele era a personificação dos deuses antigos, proibidos, pagãos da floresta. Seus longos chifres tinham um trabalhado que parecia ter sido feito por pequeninas mãos de fadas, heras se enrolavam em seu sobretudo e flores delicadas saltavam de seus bolsos. 

Mas, Sophia sabia que mesmo sendo encantador, Krampus era para ser temido. Ele era justo, mais do que o Papai Noel era nos Natais mundo afora. E Sophia sabia que a justiça de Krampus não lhe era favorável.

22:50.

Finalmente, Krampus abrira os olhos. Sentia que seu tempo estava acabando. Sentia a energia dos outros membros da família de Sophia se aproximando mais e mais da casa em que estava. Era preciso agir, agir com Sophia, a sua última presenteada. 

23:00.

Já fazia quase uma hora desde que Krampus chegara a casa de Sophia. A garota se sentara no sofá, os olhos fixos na figura que pensava, prostrada no meio da sua sala de estar. O ar ficara mais frio. Agora, ela sentia mais do que o aroma de grama cortada: sentia o cheiro de flores silvestres, morangos e águas claras. Também sentia seu estômago revirar, seus olhos eram dois mares sem contenções. Ela havia se arrependido de seu desgosto e mal humor durante todos aqueles meses. Lembrara-se de como seus pais eram carinhosos e suas irmãzinhas, adoráveis e divertidas. Lembrara-se de ser grata por ter uma família assim e por, mesmo pequena e muito simples, ter uma casa para a abriga-la no Natal. Sophia entendeu que nada do que achava ter sentido, tinha de fato. Nada, nem mesmo achar que a vida de outras pessoas mais ricas, como Mariah, era melhor.

E, então, Sophia sentiu longas unhas tocarem o seu ombro. Krampus a olhava de cima, seu rosto de traços delicados e os longos chifres não a amedrontavam mais. Ela queria tocar em seus cabelos encaracolados de um tom dourado como o trigo. Ele abria e fechava a boca, ensaiando o que iria dizer. Parecia frustrado, mas aliviado ao mesmo tempo.

"Você era a minha última presenteada desse ano" - Krampus começou a dizer, quando um filhote de Bem-Te-Vi apareceu por entre seus cabelos, assustado. Ele, delicadamente, o pegou e colocou no parapeito da janela da sala de Sophia. O Bem-Te-Vi estufou o peito corajosamente e bateu suas asinhas, mas o voô ainda não fora possível. Krampus riu - uma risada melodiosa, de uma cadência diferente da do Papai Noel, menos ritmada - e pegou o pássaro novamente nas mãos. "Seu presente era lindo, Sophia. Que pena que já não poderei dá-lo a você".

Sophia olhou-o consternada. Se não ficasse com o presente de Krampus, como poderia saber que tudo aquilo fora real? Como poderia lembrar-se de que ele era real? Ela queria lembrar-se dele para todo o sempre. "Não, eu quero o seu presente. Eu entendo, eu sei que mudei, mas não quero esquecer nunca de que você existe, nunca", gritou Sophia desesperadamente. Krampus sorriu e pôs a mão direita no bolso. Ele sentia o peso, não do presente, mas no coração. 

"Tome, então. E não se arrependa depois. Eu... Eu trabalhei muito nele, mas era para a antiga Sophia, a que merecia presentes justos. Espero que goste mesmo assim. E, Sophia..." - Krampus a olhou nos olhos, vendo o que ele não queria ver. Aquilo que não desejava ser real, aquilo que era o seu carvão de Nicolau: o amor. Sophia não o via como ele queria que visse e aquilo era uma aconchegante tortura para ele. "Não sinta isso, por favor".

E então ele deu a ela uma caixa dourada como seus cabelos, trabalhada com galhos retorcidos, pequenas flores metálicas e um feixe em formato de pássaro. Em sua maravilha, Sophia não viu que Krampus já tinha ido embora para as florestas do Polo Norte, uma viagem teu durou segundos. Só o tempo de ela levantar os olhos para agradecer e se ver frustrada por ter apenas um ramo de visco em seu tapete.

00:00.

Nicolau entrou pela chaminé como de costume. Dois presentes para as gêmeas, um presente mal-embrulhado pela correria, já que não acreditava que seria dado, para Sophia. Quando se aproximou da árvore de Natal, porém, ele viu que algo estava errado: lá já estava um presente mágico. Nicolau tomou a caixinha dourada em mãos e, com facilidade, a abriu sem que o lacre fosse quebrado. Ele era um menino mau por causa dessa espiadela? Oras, mas quem saberia, não é mesmo?

A caixa se abriu com um clique que parecia o soar de um pica-pau trabalhando. Dentro dela, havia um coração feito de um metal cinza, retorcido e delicadamente grotesco com os dizeres entalhados: "É teu o que a ti pertence".
Share
Tweet
Pin
Share
No comentários

Bonjour, mes amis! Ça va?

E o Natal chegou no meu cantinho! Estou tão contente por isso, tão contente mesmo. O fim de ano é a minha época favorita do ano... Especialmente, o Natal! Fico contando os dias para chegar outubro, pois sei que o clima gostosinho de fim de ano já começa a despontar nesse mês. E agora que chegou dezembro, estou como uma pipoquinha, pulando de alegria com o Papai Noel já dobrando a esquina de casa.

E para começar as comemorações desse mês natalino tão especial, me empolguei para responder à tag criada pela Melina Souza, no Tea With Mel, chamada Um Natal Literário Musical Book Tag. Ela criou perguntas literárias que combinam com as músicas mais clássicas de Natal. E o resultado? Ficou incrível como tudo o que ela sempre produz, claro! Quer ver minhas respostas? Então, continue lendo esse capítulo tão cheio de amor.


1. It's beginning to look a lot like Christmas: um livro que você ama ler quando essa época do ano está chegando.
Eu gosto de reler aos Cânticos de Natal, de Charles Dickens. É um clássico, mas um clássico que nunca sairá te moda!
2. Last Christmas: uma leitura que te marcou de um Natal passado
A leitura que mais me marcou em 2018, durante essa época do ano, foi Como o Grinch roubou o Natal. Isso porque eu já tinha um carinho especial por essa história, afinal, eu adorava assistir ao filme com o Jim Carrey também no Natal. Quando eu descobri que o filme era baseado em um livro, e que esse livro foi escrito pelo Dr. Seuss, quis logo ler o original. Qual não foi minha alegria quando eu tive essa oportunidade no ano passado! E eu fiquei tão contente também por ter gostado da leitura :3 Ou seja, esse livro se tornou muito especial para mim.
3. All I want for Christmas is you: um livro que você quer muito encontrar embaixo da sua árvore de Natal
Hm, que difícil! Mas, escolho a série de livros de When Calls the Heart. Realmente, seria um milagre de Natal se isso acontecesse, pois é muito difícil encontrar os volumes físicos dessa série que sejam entregues no Brasil. Quem sabe, não é?
4. Holly Jolly Christmas: um livro que te deixa feliz
Um livro que me deixa feliz, porém que não tem muita relação com o Natal, é Mary Poppins. Eu acho o jeitinho da Mary muito engraçado e adoro reler alguns trechos desse livro para me divertir um pouquinho.
5. What Christmas means to me: um livro que traduz bem o que o Natal significa para você
Nossa. Vou escolher também um livro que não tem nada a ver com o Natal, mas que é a materialização do significado do Natal para mim que é Pollyanna. Gratidão, sensibilidade, empatia, família, doação, tudo isso existe no livro de Porter. E, também, tudo isso é o que o Natal deveria ser para mim.
6. Baby it's cold outside: um livro quentinho no coração
Um livro amorzinho que li recentemente foi Volte para Mim. As escolhas dos protagonistas são complicadas e sofridas, mas o final é um soco de quentinho no coração que me deixou com um sorriso bobo no rosto por muito tempo depois de eu ter lido a última palavra.
7. Happy Holiday: um livro/personagem que você adoraria que ganhasse um livro que se passa nessa época do ano
Puxa, eu acho que seria muito legal se tivesse um Percy Jackson de Natal. Já pensou ver os semideuses dos acampamentos irem comemorar o Natal lá com seus pais no Olimpo? Quais seriam as tradições deles? Haveria um Natal entre deuses pagãos? Rick Riordan, nunca te pedi um reboot melhor do que esse!


É isso! Gostaram da tag? Muito criativa, não é?

Eu adoraria ler as respostas de vocês nos comentários, por favor. Ah, e se quiserem responder a essa tag também, marquem a Mel e a mim, assim consigo saber de suas respostas também. Beijos açucarados e au revoir.
Share
Tweet
Pin
Share
5 comentários
Newer Posts
Older Posts

Sobre Mim

profile

Bonjour, meu nome é Bruna. Sou uma ratinha de biblioteca, adoro fotografar a natureza, andar por ruas desconhecidas e escrever tudo o que me vem a cabeça. Obrigada por visitar o meu jardim. Abra seus olhos e amplie sua imaginação. Talvez você precise bastante por aqui.

Quer se comunicar comigo? bubslovegood@gmail.com

Marcadores

  • Contos particulares (51)
  • Em minha gaveta (41)
  • Diário da Ratinha (40)
  • Resenhas (38)
  • Comemorações (27)
  • Sunday Love (17)
  • Souris em vídeos (11)
  • Toc Toc (11)
  • Passinhos (9)
  • Radinho (9)
  • Entrevistas (8)
  • Inspirações (8)

Posts recentes

Capítulos

  • ►  2022 (7)
    • ►  dezembro 2022 (2)
    • ►  novembro 2022 (1)
    • ►  outubro 2022 (1)
    • ►  março 2022 (2)
    • ►  fevereiro 2022 (1)
  • ►  2021 (18)
    • ►  novembro 2021 (1)
    • ►  outubro 2021 (3)
    • ►  setembro 2021 (1)
    • ►  agosto 2021 (1)
    • ►  julho 2021 (2)
    • ►  junho 2021 (2)
    • ►  maio 2021 (3)
    • ►  abril 2021 (2)
    • ►  março 2021 (2)
    • ►  fevereiro 2021 (1)
  • ►  2020 (66)
    • ►  setembro 2020 (7)
    • ►  agosto 2020 (3)
    • ►  julho 2020 (10)
    • ►  junho 2020 (11)
    • ►  maio 2020 (6)
    • ►  abril 2020 (8)
    • ►  março 2020 (10)
    • ►  fevereiro 2020 (6)
    • ►  janeiro 2020 (5)
  • ▼  2019 (72)
    • ▼  dezembro 2019 (5)
      • Fim de Ano Book Tag
      • As pequenas alegrias do Advento
      • Um capítulo de agradecimento ao São Nicolau
      • O presente de Krampus
      • Tag: Um Natal Literário Musical Book Tag
    • ►  novembro 2019 (1)
    • ►  outubro 2019 (13)
    • ►  setembro 2019 (9)
    • ►  agosto 2019 (2)
    • ►  julho 2019 (2)
    • ►  junho 2019 (3)
    • ►  maio 2019 (7)
    • ►  abril 2019 (8)
    • ►  março 2019 (9)
    • ►  fevereiro 2019 (7)
    • ►  janeiro 2019 (6)
  • ►  2018 (54)
    • ►  dezembro 2018 (6)
    • ►  novembro 2018 (2)
    • ►  outubro 2018 (5)
    • ►  setembro 2018 (7)
    • ►  agosto 2018 (1)
    • ►  julho 2018 (8)
    • ►  junho 2018 (5)
    • ►  maio 2018 (3)
    • ►  abril 2018 (3)
    • ►  março 2018 (5)
    • ►  fevereiro 2018 (6)
    • ►  janeiro 2018 (3)
  • ►  2017 (47)
    • ►  dezembro 2017 (4)
    • ►  outubro 2017 (3)
    • ►  setembro 2017 (2)
    • ►  agosto 2017 (3)
    • ►  julho 2017 (3)
    • ►  junho 2017 (3)
    • ►  maio 2017 (3)
    • ►  abril 2017 (6)
    • ►  março 2017 (5)
    • ►  fevereiro 2017 (8)
    • ►  janeiro 2017 (7)

Disclaimer

A ilustração do cabeçalho deste blog pertence à ilustradora Penny Black e foi usada para fins puramente estéticos.
Facebook Instagram Youtube

Programado por Maria Eduarda Nogueira. Base do tema por ThemeXpose