Questão de Tempo (About Time) - Richard Curtis
Ficha técnica: ano - 2013 / Direção - Richard Curtis / 123 min
Sinopse: Ao completar 21 anos, Tim (Domhnall Gleeson) é surpreendido com a notícia dada por seu pai (Bill Nighy) de que pertence a uma linhagem de viajantes no tempo. Ou seja, todos os homens da família conseguem viajar para o passado, bastando apenas ir para um local escuro e pensar na época e no local para onde deseja ir. Cético a princípio, Tim logo se empolga com o dom ao ver que seu pai não está mentindo. Sua primeira decisão é usar esta capacidade para conseguir uma namorada, mas logo ele percebe que viajar no tempo e alterar o que já aconteceu pode provocar consequências inesperadas.
Minha opinião: Eu já havia selecionado esse filme apenas pela capa (sim, é verdade) da Netflix. Isso porque o visual da personagem da Rachel McAdams é exatamente o tipo que eu acho lindinho (e que gostaria de ter). Aliás, nessa cena, eu apenas concordava com o Tim, haha.
Já nos primeiros segundos do filme, eu sabia que me apaixonaria pela trama. Eu gosto muito da maneira como esse filme começa, já com o Tim narrando a forma como a família dele funciona e quais são seus componentes. A propósito, esses componentes totalizam cinco: ele, o irmão mais velho; sua irmã mais nova, que o Tim descreve como sendo a luz da casa e uma quase fada; o seu pai, um professor que se aposentou antes dos 50 anos; sua mãe, durona e sincera; e, por fim, seu tio excêntrico, mas que todos amam. Acho que pela descrição que eu fiz, já deu para perceber que a família do Tim parece ter saído das páginas amareladas de um livro...
E o filme inteiro segue assim, ritmado quase que por uma caneta-tinteiro. O Tim é um mocinho adorável, mesmo que suas constantes viagens no tempo para conseguir conquistar a mocinha sejam um tanto questionáveis. Mas, elas rendem momentos ótimos que trazem um humor leve à trama e a deixam com uma carinha típica de filme britânico.
O amor que surge entre os dois floresce em meio à rotina do dia a dia, ensinando ao espectador que não é preciso grandes gestos e surpresas para manter o relacionamento saudável. Tim e Mary amadurecem juntos e se tornam pessoas melhores por causa do amor que um sente pelo outro.
No começo, ambos são pessoas tímidas, inseguras e que nunca experimentaram o amor antes. Qual não é a nossas surpresa quando, ao final, nos deparamos com um casal forte, divertido e com ambições para um futuro juntos. Foi um dos casais fictícios mais fofos e verdadeiros que eu já encontrei em vinte e um anos. A cada cena, sentia um quentinho em diferentes partes do meu coração, sabe?
Mas, "Questão de Tempo" não é apenas sobre esse casal. Na verdade, o filme é muito mais sobre o Tim. É sobre como ele encara o poder que possui de controlar as rédeas de sua vida como bem entender. E sobre como esse poder, em muitos casos usado para o bem, pode causar consequências significativas em outros aspectos da vida. E sobre como, às vezes, voltar no tempo não pode evitar forças muito maiores do que a capacidade humana.
O poder que ele herda do pai, para um jovem com toda a vida pela frente, mas com um passado que pode ser melhorado, pode parecer uma ferramenta genial. Mas, à medida em que ele vai estabelecendo raízes - no relacionamento com a Mary, construindo uma família e sendo bem sucedido no trabalho - Tim percebe que ser grato pelos pequenos detalhes do dia a dia, inesperados e mágicos, é uma possibilidade muito melhor do que viver pensando apenas nos recomeços calculados que o seu dom poderia lhe dar.
Eu já devo ter compartilhado com vocês que sou uma grande admiradora da fotografia dos filmes. E a fotografia de "Questão de Tempo" é simplesmente encantadora. O filme já começa mostrando a paisagem linda em que está instalada a casa dos pais de Tim, em Cornwall, costa sudoeste da Inglaterra. Confesso que a cena da família dele naquela praia nublada me deixou com dó, porque era nítido que eles não conseguiriam ficar muito tempo no mar e, para mim, a melhor parte de ir à praia é ficar com os dedos enrugados de tanto ficar no mar, haha. Porém, tenho que confessar que me mudaria agora mesmo para a casa da família do Tim!
As cenas que se passam em Londres também são muito bem pensadas em questão da fotografia e a luz mais puxada para o amarelo dá ao filme um tom ainda mais aconchegante. Se você quiser saber com mais detalhes em quais locais foram gravadas as cenas de "Questão de Tempo", eu encontrei um site que dá o roteiro certinho das escolhas de Richard Curtis. É só clicar nesse link.
Outra coisa que me chamou a atenção e me fez querer ainda mais assistir ao filme foi a escolha dos atores. Uma tarde dessas, eu estava conversando com minha amiga sobre cinema e surgiu o tema "Meninas Malvadas" na conversa. Não me lembro bem o motivo de estarmos conversando sobre esse filme, mas aí ela me disse que adorava a Rachel McAdams e a achava muito bonita, mas morena e não loira como a famosa Regina. Então, eu disse que não sabia que ela já havia sido morena e eis que ela me envia uma lista de filmes, sendo que um deles era "Questão de Tempo". Depois disso, decidi assistir ao filme na hora!
Outra surpresa que eu tive foi só depois do final, quando fui pesquisar mais sobre o ator que interpreta o Tim, Domhnall Gleeson. Isso porque descobri que ele interpretou o Gui Weasley em Harry Potter! Eu adorava o Gui e a cena do casamento dele com a Fleur é uma das minhas favoritas da saga, tanto no livro, quanto no filme. Eu fiquei muito surpresa, pois o Tim e o Gui não são nada parecidos e nunca me tocaria se não tivesse pesquisado.
Como eu disse antes, "Questão de Tempo" é um filme muito britânico e isso me deixou ainda mais apaixonada por ele. O senso de humor das personagens, as cores das cenas e alguns hábitos carimbam o selo da Rainha no filme. Se antes torcia o nariz para as cidades litorâneas desse país, agora as coloquei como prioridade na minha lista de lugares a serem visitados na minha viagem dos sonhos à Inglaterra, hihi :3
Em questão de segundos, "Questão de Tempo" se tornou a minha comédia romântica/drama favorito de toda a vida. E se você gosta de filmes com amores ternos e sólidos, famílias excêntricas e unidas, cenários ingleses, senso de humor auto-depreciativo e um toque de magia, tenho certeza de que esse filme se tornará um dos favoritos de sua lista também.
Se você já assistiu ao filme, deixe nos comentários a sua opinião, por favor. Adorarei conversar sobre esse filme com você, mon ami.
Por hoje é só... Mas, deixo uma pergunta para vocês: se tivessem o dom do Tim, vocês o usariam sempre? Ou vocês preferem deixar a vida correr e aceitar todas as surpresas e situações que ela impõe? No meu caso, eu até que gostaria de voltar às vezes e usar o meu dom com o mesmo objetivo que o pai do Tim tinha no filme: ler a maior quantidade de livros que eu puder!
Beijos açucarados.
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