Resenha: Mulherzinhas (Little Women) - Louisa May Alcott
Um clássico da literatura americana, "Mulherzinhas" reúne um drama familiar, traços de um romance histórico e inspirações autobiográficas de sua autora, Louisa May Alcott. Foi publicado pela primeira vez em 1868. Também conhecido como Adoráveis mulheres, gerou inúmeras sequências em livros e adaptações para o teatro e o cinema ao longo do tempo. A mais recente, um filme com estreia em dezembro de 2019 e a participação de grandes estrelas como Maryl Streep e Emma Watson. Alcott relata na obra quatro anos na vida das irmãs March - Meg, Jo, Beth e Amy. Enquanto o patriarca luta na Guerra Civil Americana e a mãe tem de trabalhar para sustentar a família, as quatro filhas precisam cooperar entre si para manter a unidade familiar. Mulherzinhas passou à história como a obra-prima de Louisa May Alcott. É um romance moderno e atemporal, que, junto a outros, fez sua autora ser reconhecida como uma escritora que abordou questões feministas de forma leve e aberta.
Romance // 284 páginas // Editora Wordsworth Collector's Edition// Classificação: 5/5
Sinceramente, eu estava com muita saudade de resenhar um livro para o meu jardim secreto! Voltar a fazer isso por um dos livros que mais me encantaram nos últimos tempos é muito especial. Enquanto escrevo, estou dando sorrisos bobos de alegria, haha. E tem como este capítulo ficar mais especial? Tem, sim! Porque as fotos que adicionarei nele foram tiradas especialmente em uma viagem linda que fiz nas férias de julho, ou seja, mais do que uma simples resenha, este capítulo é uma homenagem à Little Women.
O livro foi escrito no século XIX e nos oferece uma descrição bem delicada, romântica e fofa da sociedade da época. Digo isso porque muitas são as obras desse período que nos apresentam uma atmosfera mais pesada, violenta e cruel tanto da Inglaterra, quanto dos EUA, então esse aspecto escolhido por Alcott me chamou a atenção. Little Women se aproxima dos romances de época desse período (os românticos que nós adoramos), mas também se encaixa perfeitamente num romance de costumes familiares, já que a família March é o tema central do livro e não qualquer outra coisa. Os capítulos do romance, assim, tornam-se meio que esquetes, como pinceladas das aventuras das irmãs March, enquanto as acompanhamos em seu amadurecimento direto para a vida adulta.
As irmãs são muito diferentes entre si e nos presenteiam, acredito, com todos os tipos mais fortes de personalidades humanas. Meg, a mais velha, deseja ter uma vida mais sofisticada e sonha em ser uma dama da sociedade, assim como suas amigas são. Ela é vaidosa e um tanto arrogante, mas, ao mesmo tempo, ela é amorosa com a família e bastante responsável. Já, Jo é a mais "moleca". Ela sofre da Síndrome do Peter Pan, não consegue assumir as responsabilidades conferidas às mulheres daquela época e é muito esquentada e tem uma língua ferina.
As mais novas são Beth e Amy. Beth é a mais tímida, sensível e altruísta. Ela se importa mais com o bem-estar dos outros do que consigo própria, sendo querida por todos os personagens da trama. Por fim, Amy se assemelha bastante à Meg, sendo muito vaidosa e infantil (ela tem só doze anos). O ponto mais bonito é sua habilidade com a pintura, tornando-se incrível com um pincel na mão.
Junto com uma mãe atenciosa e gentil e um vizinho aventureiro, são essas as personagens que acompanhamos ao longo das páginas, sorrindo com suas conquistas e chorando com as pequenas grandes reviravoltas que a vida dá. Logo no início do livro, as irmãs ganham da mãe de Natal um livro, cuja história de superação as inspira e faz as vezes de costurar a trama para a tornar mais linear. O livro propõe que as garotas reconheçam seus defeitos e tentem melhorá-los. A mãe, sábia, propõe a elas esse desafio para que o pai delas tenha orgulho quando ele voltar da guerra. E é isso que elas fazem. A cada capítulo, vemos uma March superar seu pior defeito. E, no fim, a evolução delas como mulheres (e como pessoas, no sentido mais amplo) é inspirador.
Aliás, a maior mensagem que essa leitura deu para mim foi que eu também sou capaz de superar meus defeitos. Enxergá-los, revê-los e tentar expurgar eles de meu coração, sabe? As irmãs March me deram força, porque eu me identifiquei com elas, e me deixaram sonhando acordada inúmeras vezes. A personagem com a qual eu mais me identifiquei foi com a Beth, mas percebi, no fim, que eu tinha um pouquinho de todas as irmãs em mim.
Já sobre os outros personagens, eu gostei bastante deles, principalmente eu gostei da mãe das meninas. Ela é tão sábia e gentil, mas firme e decidida! Para mim, ela é um modelo de mãe que eu gostaria de ser quando eu tiver as minhas crianças. E muitas foram às vezes que parecia que ela estava dando conselhos para mim, quando, no livro, era para alguma das filhas delas.
Assim que eu voltei de viagem e terminei a leitura, fui procurar na Internet os filmes que fizeram com base nessa obra. Além do tão aguardado filme com a Emma e a Saiorse, que será lançado só no agoniante mês de dezembro (tão distante, aaa), foram feitas várias adaptações de Little Women para as telonas. Contudo, a adaptação que mais me interessou não foi para o cinema, mas sim para a televisão.
O canal BBC One fez uma série de TV em 2017 sobre a obra completa de Alcott com as irmãs March (ela vai além de Little Women) e o resultado é muito inspirador. A fotografia é linda, os figurinos são tão sensíveis e me deixaram com muita vontade de comprar roupas desse jeito. E a escolha dos atores, em minha opinião, foi perfeita, pois, apenas com os vídeos promocionais para o YouTube, pude perceber que eles se dedicaram muito para atingir o máximo as características das personagens. Se você quiser conferir, tem uma playlist com muitos vídeos sobre essa série no YouTube.
Enfim, tudo o que eu posso dizer é que Little Women entrou para a categoria de "livros de formação" da minha estante, junto com Anne de Green Gables, O Pequeno Príncipe, O Jardim Secreto, A Princesinha, O Pequeno Lorde e Pollyanna. Estou ansiosíssima para ler a continuação da série, Little Wives, mas primeiro preciso terminar de ler minha leitura atual que é Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne.
E você, já leu Mulherzinhas? Se sim, o que achou? Deixe sua opinião nos comentários, adorarei compartilhar experiências com vocês.
Beijos açucarados.
6 comentários
Muita linda 👏👏👏
ResponderExcluirObrigada, miss mãe haha
ExcluirNunca o li, mas depois desse post bem escrito e dessas fotografias bonitas... <3
ResponderExcluirOwn, muito, muito obrigada, miss Larissa! Seu comentário deixou meu coração quentinho e alegre. Espero que você leia esse livro, ele é simplesmente maravilhoso. É quando terminar, por favor, volte para que possamos conversar sobre o livro. Beijos açucarados.
ExcluirOlá Bruna! :)
ResponderExcluirQue felicidade saber que você gostou da leitura de um dos meus livros favoritos da vida ♥
Suas fotos ficaram tão adoráveis e essa edição é uma gracinha, a que eu possuo é uma das primeiras edições que foram publicadas aqui, tem até espaço para colocar o seu nome, mas admito que sempre fiquei com pena de escrever o meu nele rs, consegui em um sebo e é um dos meus bens mais preciosos, hahah.
Abraços,
♥ antique faerie
Bonjour, miss Boa. Eu fiquei muito feliz por saber que esse é um de seus livros favoritos, pois ele se tornou um dos meus também. Sua edição deve ser uma gracinha! Olha, nesse livro que eu tenho, também há um espaço para colocar o meu nome, mas nunca escreverei nele! Tenho muita dó e pavor também haha. Beijos açucarados
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