Ele só sabia amar em borboletas Leve, divertido e vaidoso era o seu olhar Tal como frágeis asas, Ruflava as amostras de paixão a que ele a presenteava. Ele só sabia amar em borboletas E as prendia em seu jardim de inverno como lembrete De que se apegar é um sinal de fraqueza Mas, cultivar um pequeno séquito, é do poder, a certeza. As asas que levava tatuadas em seu pescoço Germinavam em panapanás no estômago dela E ela sabia que aquele não era um amor seguro, E, entre mármores e argila, chorava Por um coração dilacerado por asas tão finas E um futuro seguro construído na infância, despedaçado. Mas, ela decidiu sair do casulo Brincar de borboleta, mesmo tendo asas rígidas pela insegurança. Rodeou o homem-borboleta para perdoá-lo Ele, amadurecido pelo amor que tinha por ela, perdera suas asas E voltara a ser lagarta, comum e natural, como punição. Quando a nova borboleta o perdoou, ele caiu em lágrimas, Lágrimas salgadas que, antes, misturara com um sorriso doce Não esperava ganhar, após inúmeras derrotas Ganhou, chorou. Ela decidiu amá-lo. Ou melhor, ela aprendeu a se amar. Queria viver um romance intenso como a brevidade E perdurar a alegria eternamente, enquanto durasse. E os dois fecharam o relacionamento Com o selo da confiança de que ele, instável, Não criaria mais nenhum outro inseto.