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La Petite Souris


Duendes, quem nunca ouviu falar? Estes seres fantásticos, que fazem parte de diversas mitologias e folclores populares também fazem parte da cultura popular celta. Nesta coletânea, os contos selecionados abordam como essas criaturas do mundo irreal são contadas nas narrativas dessa cultura milenar. Ao longo do tempo essas histórias geram fascínio, diversão e proporcionam conhecimento sobre uma cultura tão peculiar. A narrativa possui uma linguagem leve e envolvente para todos os públicos.

Mitologia // 130 páginas // Martin Claret // Classificação: 4/5

Mais um livro sobre Mitologia que eu resenho aqui no blog! Porém, dessa vez, o livro não é sobre as Mitologias das civilizações da Antiguidade. Na verdade, ele é um livro sobre um tipo de Mitologia que conhecemos por outro nome aqui: os contos de fadas.

Duendes, Gigantes e outros seres fantásticos é um livro que conheci fuçando as novidades que a Feira de Livros da USP havia trazido no ano passado. Antes disso, eu não sabia que havia um livro inteirinho que falava sobre esses seres mitológicos de que eu gosto tanto. Comprei-o achando que ele seria mais técnico, ou seja, que ele me daria fichas com os dados principais dos seres que compõe a mitologia celta. Porém, quando eu comecei a ler, percebi que não era nada disso.

O livro é uma coletânea dos contos celtas principais. Alguns são mais curtos e dá para ler em uma sentada. Mas, outros são longos e a leitura fica semelhante a de um romance inteiro. Isso é bom, pois dá a leitura um ritmo mais fluido e dinâmico, muito por causa também de esses contos serem construídos de forma épica e aventureira. 


Entretanto, devo confessar que não gostei de alguns dos contos da coletânea. Acho que foram dois no total. Um deles é muito confuso, eu tive dificuldade em entender a narrativa e o que aconteceu no final. Já o outro, eu achei interessante, mas um pouco grosseiro e agressivo. Ressalto, porém, que isso não é culpa nem do autor, Joseph Jacobs, e muito menos da editora Martin Claret. 

Os contos apresentados são originais, ou seja, foram feitos da forma como foram publicados. O problema reside nos contadores de história celtas mesmo, na forma como eles estruturavam suas narrativas (o que faz com que o primeiro problema seja compreensível) e em sua cultura, tão diferente da nossa que é baseada no judaísmo/cristianismo (resolvendo o segundo problema).



Tirando esse choque cultural que eu tive no começo, o que foi algo bem esquisito para mim, uma fã das Mitologias de todos os lugares, o livro me proporcionou momentos muito divertidos e de tirar o fôlego. As aventuras desse povo são épicas, ao mesmo tempo em que são cheias de magia, e mesmo assim, com um toque de verossimilhança muito acentuado. Os contos já partem do princípio de que temos alguma construção imaginária dos seres mitológicos e apresenta-os para nós como personagens que só bagunçam a vida dos pobres celtas contemporâneos a eles.

Ao final, tive a sensação de que havia amadurecido um pouco. Não porque eu parei de acreditar em Magia! Mas, porque eu percebi que os seres mitológicos que conhecemos logo na primeira infância (duendes, fadas, goblins) são muito mais complexos do que nos é apresentado. Os duendes desse livro não são tão bonzinhos assim!


E você, já leu Duendes, Gigantes e outros seres fantásticos? O que achou do livro?

Beijos açucarados.
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Um dos maiores clássicos de fantasia nos países de língua inglesa, “Em busca de Watership Down” é uma fábula sombria sobre coragem e sobrevivência Quando um coelho vidente prevê a destruição da toca onde vive, ele se une a seus amigos para achar uma nova casa. No caminho rumo à mítica colina de Watership Down, enfrentam rivais e armadilhas. Mas, mesmo depois de chegarem e, teoricamente, encontrarem um lugar seguro para viver, precisarão lutar para salvar a colônia vizinha e repopular a própria comunidade. Em busca de Watership Down fala de dominação e opressão, de fascismo e utopia, de mitologia e delírio coletivo, de sentimento de comunidade e de loucura. No Reino Unido, ocupa o segundo lugar entre os juvenis de fantasia mais vendidos do século XX, atrás apenas da saga Harry Potter. Em 2017, a Netflix anunciou o lançamento de uma série de animação baseada no livro.

Aventura // 464 páginas // Editora Planeta // Classificação: 5/5

A primeira coisa que preciso pedir a vocês é mil desculpas. A resenha de Em busca de Watership Down está saindo com um atraso gigantesco por culpa minha mesmo, pois achei que já a tinha feito logo depois que li. Porém, atualizando a aba de resenhas na lateral do blog, percebi que ainda não escrevera nada sobre a obra prima de Richard Adams. Farei isso agora mesmo.

Em busca de Watership Down é uma fábula moderna e contestatória escrita por Adams em 1972, mas que possui paralelos exatos com o mundo em que estamos vivendo hoje em dia. Não só no contexto político, mas também em questões sociais que tangem a preocupação ambiental, a empatia e a liberdade, o livro se faz atualíssimo e, acredito, uma leitura obrigatória para todos os jovens.

Nessa aventura, que posso dizer que possui toques fundamentais para a narrativa de romance distópico, acompanhamos a fuga de um grupo de coelhos e todos os perigos que essa ação carrega consigo. A causa principal para a fuga das personagens é a visão que um dos coelhos (que tem várias visões apocalípticas ao longo do livro) tem sobre a destruição do viveiro em que eles moravam. O irmão desse coelho acredita nisso e sai pelo viveiro reunindo todos aqueles que também acreditavam (ou que só queriam fugir daquele sistema, extremamente totalitário e hierárquico). 

Depois de passarem pela barreira que o exército local formou para os impedir, o grupo de coelhos caminha em busca de Watership Down, o paraíso que o coelho vidente, chamado Quinto, visualizou anteriormente. Mas, para chegarem até lá, eles terão que enfrentar várias aventuras. E, quando chegarem lá, o que acontece na metade final do livro, eles terão que enfrentar algo bem pior - uma guerra com coelhos tão diferentes, que até parecem humanos.



A leitura de Em busca de Watership Down, foi maravilhosa para mim desde o começo. Já na nota introdutória de Adams, eu me simpatizei com as personagens e com a proposta apresentada, e tive certeza logo de que não me decepcionaria. 

Uma das coisas que eu mais gosto em livros é quando o autor coloca quotes de outros livros na introdução dos capítulos. E, para a minha imensa alegria, Adams faz isso em Watership Down. A parte mais prazerosa da leitura para mim foi voltar, no fim de cada capítulo, e ler essa nota para ver se encaixava. E sempre, sempre, elas eram super conectadas com o que havia acontecido nele.

As personagens também são maravilhosas. Assusta um pouco, no início, ter vários coelhos como co-protagonistas, porém depois que você decora o nome e personalidade deles, não tem problema nenhum. Outro ponto que pode assustar são os neologismos que Adams propõe ao vocabulário específico dos coelhos... Mas, não deixem de ler o livro por causa disso! No final, a editora Planeta colocou um vocabulário com todas as palavras, o que facilita muito a leitura no começo.



E, posso dizer, que esse mundo paralelo que Adams construiu é a melhor parte da história. Não só os neologismos, mas também a mitologia que ele nos apresenta, com coelhos mitológicos e adorações tão diferentes da nossa, dão um tom (acreditem) ainda mais realista à Watership Down. Eu gostei tanto do background do livro que eu adoraria se um dia uma editora fizesse um pequeno livro só com a mitologia apresentada. Fica a dica!

Como eu disse lá em cima, a importância sócio-política que esse livro tem merece atenção especial. Eu não acredito que Watership Down seja para o público infantil, não por ele possuir conteúdo impróprio (longe disso, ele não apresenta nenhum), mas porque as relações e paralelos que Adams faz durante a obra são tão certeiras e importantes, e acabariam passando batido pelo público mais jovem. Se você é adulto ou adolescente, super recomendo a leitura desse livro. Ele levanta questões como autoritarismo, totalitarismo, guerras, privação de liberdade, utopias distópicas, idealismo, medo, tudo isso de uma forma lúdica e assertiva ao mesmo tempo.

Com certeza, Watership Down se faz extremamente necessário no contexto em que estamos vivendo hoje, 2019. Se você é fã de distopias clássicas como 1984 e Admirável Mundo Novo, ou prefere as mais modernas como Jogos Vorazes e Divergente, dê uma chance para esse livro. Você vai amar assim como eu amei.



Agora eu quero falar um pouco sobre a série da Netflix. Preciso dizer que, apesar de contar com um elenco de dubladores de peso, a animação não me agradou. Na verdade, eu fiquei tão frustrada com as mudanças propostas, que eu parei de assistir à série no meio mesmo. Eu sei que é impossível, e errado, fazer transposições de conteúdo de uma mídia para outra sem alterar nada para adaptá-la melhor. Porém, as alterações propostas pela série foram, muitas delas, completamente desnecessárias e só fizeram com que a história perdesse sua força original. A redução de personagens e a mudança de pontos-chave para a narrativa, me doeram o coração...

Mas, enfim... Leiam o livro, o livro é uma obra prima que desejo que se torne referência para sempre! E você, já conhecia Em busca de Watership Down? Já leu o livro? O que achou? Deixe nos comentários sua opinião, por favor.

Beijos açucarados.
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A Primavera começou! Eu estou tão contente que, finalmente, a minha estação favorita do ano encontrou o caminho e chegou no Brasil... Obrigada, fadinhas, por já começarem a deixar minha cidade com o jeitinho encantador, leve, aromático e multi colorido da primavera! 

E para comemorar a chegada da estação mais cheia de amor do ano inteiro, eu decidi responder à tag elaborada pela querida miss Mel, dona do blog Twee, chamada "Bem-vinda, querida Primavera". As perguntas são umas mais fofas do que as outras, assim, aliás, como todos os posts que essa fadinha elabora em seu jardim secreto. Depois que lerem as minhas respostas, não deixem de visitar o blog dela e ver o post original que ela fez, ok?

Então, vamos lá!

{Bússola} se a primavera fosse uma moradia, qual ela seria? 

Uma casa do interior com uma árvore Ipê florida na entrada, os muros cobertos de trepadeiras em flor, a porta pintada de rosa claro guardando um interior multi colorido, suave e delicado ao mesmo tempo. Bordados enfeitam as paredes, os móveis são brancos e os tons de contraste são rosa claro, verde água e azul. Na televisão, está passando um concerto de ballet e nas mesas, vários vasos repletos de flores recém-colhidas.

{Lupa} o que você acha que as fadas da primavera fazem na estação? 


Elas ouvem e dançam ao som suave de músicas clássicas. Suas varinhas tocam as plantas e árvores, deixando-as férteis com as flores brotando aos montes. Ao mesmo tempo, as fadas dos animais ajudam os hibernantes a acordarem depois de longos meses de inverno, dando-lhes carinho e ânimo para uma nova jornada. Ao fim do dia, cansadas e felizes, elas se reúnem para tomar chá e fazerem desfiles de moda com vestidos feitos das pétalas da estação.

{Palavras} cite uma das suas citações preferidas lhe lembra a primavera:

“Is the spring coming?" he said. "What is it like?"...

"It is the sun shining on the rain and the rain falling on the sunshine...” 

- Frances Hodgson Burnett, The Secret Garden

{Dó ré mi} Cite uma música e instrumentos que te lembram a estação.


O piano é o instrumento que mais me lembra a Primavera. Adoro ouvir músicas contemporâneas tocadas só no piano durante essa estação, isso me deixa feliz. Agora, não consigo escolher uma música só que represente para mim a minha estação do ano favorita! Mas, recomendo à vocês que ouçam a playlist da Dodie nesses dias, é simplesmente lindinha.

{Feche os olhos} se a primavera fosse uma pessoa, como esta seria? 

Seria uma moça ruiva de sardinhas nas bochechas e um nariz arrebitado, divertido e travesso. Ela seria suave e gentil, mas um pouquinho vaidosa, sempre preocupada em deixar seus cabelos arrumados e com as flores mais belas da estação formando seus vestidos. Sua voz seria suave e seu vocabulário seria tão pomposo quanto suas roupas. 

{Mapa} o que você levaria na sua mochila para passear durante uma manhã na primavera e para onde iria?


Levaria um livro, o meu celular (para tirar fotos), meu caderno de desenhos, lápis e borracha. Registraria a maior quantidade de flores diferentes que existissem no parque, tanto em fotos, quanto em desenhos, pois seria um dia ideal para treinar meus desenhos botânicos. Quando ficasse cansada, deitaria na grama florida e leria um pouco um romance de época.

{Dicionário} cite algumas palavas que te lembram a primavera. 

Flor de Lis, Eau de Parfum, chiclete, rosa, gentileza, vestido, Beija-Flor.

{Giz de cera} cite cores que te lembram a estação e dê nomes para elas

Kindness Sophie Magic Nimpha Sunshine Beezie

{Pegadas} quais animais te lembram a primavera? 


Joaninhas, porco-espinhos, gatos, coelhos, borboletas, beija-flores, abelhas.

{Guarda-roupa} o que você teria em seu guarda-roupa de primavera?

Um vestido amarelo com flores coloridas bordadas na barra. Meias finas com bordado em flor na ponta. Camisetas com estampas de abelhas e coelhos. Laços de fita verde água e azuis. Uma calça-pescador com estampa floral. Sandálias rosas claro e uma bolsa rosinha para acompanhar.

{Pirlimpimpim} se pudesse criar um feitiço de primavera, qual nome este teria e o que ele faria?

Afloriate - faria brotar as flores favoritas da pessoa em um arranjo lindo que duraria a estação inteira.

{Biblioteca} cite um livro cuja a capa e algum pedaço da história te lembre a primavera:



Jardim Secreto, da Frances Hodgson Burnett e Primavera, do Oskar Luts.

{Vela} quais cheiros te lembram a primavera?

Principalmente as notas florais. Acho que o cheirinho de rosas e lavanda me lembram bastante essa estação. Também o cheiro de flores de Ipê maceradas nas ruas, o cheirinho doce de brigadeiro sendo feito e o perfume de chiclete. 

{Cesta de palha} cite três coisas que você levaria para um piquenique de primavera.


Pão de cenoura recheado com requeijão, suco de maracujá, brigadeiros de morango (bicho-de-pé), maçãs... Oops, foram quatro coisas, haha!

Bom, é isso, pessoal! Eu me diverti muito respondendo a essa tag e desejo que vocês tenham se divertido a lendo também. 

Beijos açucarados e au revoir!
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Bonjour, mes amis. Ça va? 

Desde que eu tirei essa foto, já se passaram um pouco mais de dois meses. O tempo escorre por nossas mãos como mercúrio líquido em um termômetro (essa comparação foi muito inusitada, eu sei)! Para mim, parece que o outono foi ontem, o inverno há duas horas e essa viagem, guardada em lugar tão especial do meu coração, parece para mim que foi só há alguns minutos.

Apesar de ter nascido em São Paulo, eu nunca havia visitado Campos do Jordão. Quando os meus pais sugeriram que fôssemos passear por lá em um sábado, eu fiquei muito contente e ansiosa para fazer logo a viagem. No dia em que fomos, estava frio (mas, não geando) e senti que aquele seria o cenário típico para passearmos pela cidade.

Nós fomos de manhã, então a cidade ainda não estava tão cheia quanto esperávamos. Mas, as lojas já estavam abertas e pudemos conferir as delícias e os mimos que se vendem por lá. Se você é chocolotrx como eu, tenho certeza de que o passeio por Campos do Jordão te encantará muito! São tantas as opções de fábricas de chocolate que tem por lá, uma diferente da outra, e todas oferecem amostras para que os visitantes possam experimentar antes de comprar. Confesso que achei o preço deles um pouco salgado, mas temos que considerar que eles são artesanais, então, se você pesquisar bastante, tenho certeza de que encontrará uma opção que caiba em seu bolso.

Campos do Jordão também é a cidade perfeita se você é amante da gastronomia. Em uma das ruas pelas quais nós passamos, tinha mais de dez restaurantes um do lado do outro, vendendo opções deliciosas e quentinhas para combater o frio do inverno. Nós comemos em um hotel, mas fiquei de olho nos cardápios dos restaurantes que tinham naquela rua e fiquei com muita vontade de ter comido por lá também.

A cidade também é famosa por vender roupas e acessórios de inverno e, quando eu fui visitá-la, haviam muitas opções mesmo. Mas, sabe como é, eu sou alguém criada indo para o Brás (maior centro de comércios da capital) e é bem difícil para mim achar que o preço de roupas compensa em outros lugares. Mas, de novo, vale a pena pela experiência de comprar algo por lá, então, já vai preparado para gastar mesmo!

Ah, mas se você quiser apenas visitar a cidade - sem comprar nada - vai, pois Campos do Jordão é extremamente linda! Ela é conhecida como "a Suíça brasileira" e o seu centro possui um clima muito agradável que mistura cidade do interior, aconchego e um toque de luxo. Às vezes, conseguia sentir um cheiro de canela, chocolate e lavanda no ar! Era tão gostosinho.

Nós não nos aventuramos muito pela cidade, pois, como nunca havíamos ido lá, decidimos aproveitar para fazer compras e visitar os pontos turísticos que existem no centro mesmo. Mas, de tudo o que vimos, sugiro que vocês visitem essa avenida dos guarda-chuvas azuis, tirem um tempinho para ouvir os artistas de rua que tocam na praça do centro, visitem o Horto Florestal e caminhem por entre as lindas casas que as pessoas construíram por lá.

E logo na entrada, os visitantes já param os carros em fila para poder fotografar. Foi por lá que eu encontrei as flores rosas que apareceram na foto lá de cima. Em um posto ao lado, fica uma pequena seção turística aonde você pode pegar um mapa da cidade e já ir ticando os lugares que você deseja ir. Mas, na Internet, existem vários sites que dão dicas de passeios por lá. Você pode ver alguns desses roteiros aqui.

Mas, a experiência mais mágica que eu tive quando fui a Campos do Jordão foi poder ver uma plantação de lavandas de pertinho. Elas estavam plantadas em um canteiro no centro da cidade e estavam tão roxinhas quanto possível. Antes, eu tinha tido contato com lavandas só por fotos e por um pouco de flores secas que a fofa da Mel, dona do Twee, tinha me mandado por carta. Poder ver essas flores frescas foi maravilhoso (e elas ainda me renderam fotos lindas que pretendo revelar um dia).

Ficamos na cidade até a noitinha, por volta das 18h, e nesse horário, percebi que os turistas já haviam chegado em maior número. Os restaurantes estavam lotados e muitos deles colocaram mesas para fora e ligaram fios de luz para iluminar os clientes. Parecia que eu estava no meio de um filme de comédia romântica! Foi lindo demais.


Visitar Campos do Jordão foi uma experiência que quero guardar em meu coração pelo resto da vida! Desejo poder voltar lá logo, logo. E você já visitou Campos do Jordão? O que achou de lá? Por favor, deixe nos comentários a sua opinião.

Beijos açucarados.
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Bonjour, mes amis! Ça va? Há alguns dias, eu estava vendo as atualizações do meu YouTube quando me deparei com o vídeo da Melina Souza, do blog Serendipity, respondendo a uma tag que já me encantou muito apenas pelo nome: a The Happy List Book Tag. Você pode conferir ao vídeo original da tag aqui! Acredito que essa tag é muito importante especialmente por conta do mês de setembro ser considerado o mês de campanha de conscientização sobre o suicídio. A campanha do Setembro Amarelo precisa ser lembrada sempre, pois as taxas de suicídio, principalmente entre os jovens, vem aumentando muito nos últimos anos. Inclusive, no ano passado, eu fiz um 6 on 6 de objetos amarelos para também lembrar dessa campanha! E lá eu disse algo que repetirei novamente: "Não sei se possuo a autoridade necessária para falar sobre algo tão grave, pois nunca tive pensamentos suicidas. Mas, com base na humilde bagagem que possuo, posso falar com certeza que o suicídio não é a solução! Se você está passando por uma fase difícil, por favor, procure ajuda o mais rápido que você puder. A vida é muito valiosa e todas, absolutamente todas, possuem um valor concreto muito grande! Para ter um suporte profissional, ligue para o número 188 e para mais informações sobre essa campanha, é só clicar aqui". E foi para relembrar esse assunto tão delicado e importante ao mesmo tempo que, após ter sido inspirada pelo vídeo fofo da Mel, eu decidi também responder a essa tag que transborda de alegria, amor e gratidão. Afinal, não há um exercício melhor que podemos fazer para afastar os pensamentos negativos do que olhar para o que nós temos e extrairmos daquilo o melhor.

Confesso que foi um pouco difícil encontrar respostas para todas as categorias, mas o esforço valeu muito à pena. Então, vamos lá? 1. Um livro que você gosta de ler quando quer se sentir feliz E para essa pergunta, eu escolhi o livro O Herói do Olimpo, de Rick Riordan. Eu gosto muito da primeira série de livros do Percy Jackson e poderia ter escolhido qualquer um dos cinco livros que a compõe, mas me lembrei de que, na verdade, o personagem que mais me deixava feliz não estava lá: o Leo Valdez. O Leo só aparece na segunda série, justamente em O Herói do Olimpo. E ele é um dos poucos personagens literários que arrancam gargalhadas de mim, sinceras e longas gargalhadas, ao longo de toda a nova saga. Quando eu quero me sentir alegre, eu procuro por todas as falas dele ao longo da obra, porque mesmo fora de contexto, elas me fazem rir de novo.
2. Fandoms que você faz parte
Hmm... Eu não me considero, hoje em dia, super fã de algum universo literário. Mas, posso dizer que adoraria que o fandom de Percy Jackson se fortalecesse de novo com alguma outra adaptação da série. Eu fui uma demigod bem ativa durante o lançamento dos livros dessa série e gostaria de sentir esse calorzinho no coração novamente um dia.
3. Tipo de capa que você sempre pegará em um livraria
Eu gosto muito de ver as cores das capas, isso sempre me chama a atenção. Outro ponto que me chama a atenção são capas ilustradas, muito mais do que aquelas com fotos, principalmente se as ilustrações forem minimalistas. Eu também gosto de capas de livros antigos, aquelas de couro falso que só tem o título escrito e imensidões de páginas amarelas por trás.
4. Uma premissa/clichê literário que você ama
Eu gosto muito do clichê do anti-herói que se apresenta, primeiro, como uma pessoa ruim e que ao longo do livro vai ter que fazer coisas boas e com isso, ele vai se redimindo. Eu adoro personagens que são mais complexos psicologicamente e percebi que isso está cada vez mais em alta nos livros de hoje em dia.
5. Um lançamento que te deixa feliz só de pensar nele
Eu gosto muito de acompanhar os lançamentos de livros de aventura, pois é o gênero literário com o qual eu cresci e no qual eu fui me especializando ao longo do tempo. Eu também gosto de acompanhar o lançamento dos livros novos de meus escritores favoritos e favorito todos eles.
6. Um autor que você amou todos os livros que leu
Para essa pergunta, não poderia escolher outra pessoa que não a maravilhosa, fantástica e chuchu Rainha do Crime, Agatha Christie! Eu já li, seguramente, mais de dez livros dela e não teve um que eu não tenha gostado. Acho que apenas um deles não entrou para minha lista de livros incríveis da vida, mas eu sempre considero que ele está dentro da margem de erro, hehehe.
7. Sua bebida e lanche favorito para beber/comer enquanto está lendo
Eu, sinceramente, não gosto de comer e nem beber nada enquanto eu leio, pois divide muito a minha atenção. Então, a única coisa que me acompanha em minhas leituras é uma garrafa bem cheia de água gelada!
8. Um livro que você emprestou para amigos/familiares
Diferente da maioria dos apaixonados por livros, eu gosto e realmente não me importo de emprestar livros para outras pessoas. Então, foram muitos os livros que eu emprestei ao longo desses quase 17 anos de jornada literária. Mas, o mais icônico para mim talvez tenha sido quando eu emprestei ao filho de uma colega da minha mãe O Diário de Anne Frank e coloquei um post-it nele desejando uma boa leitura, pois meu intuito é que o moço não devolvesse mais o livro, já que não gosto muito dele. Porém, ele devolveu e lá está Anne Frank agora, bem escondidinha em minha estante.
9. Um booktuber que você ama acompanhar e fica feliz sempre que tem conteúdo novo
Além da própria Mel, atualmente, eu gosto de acompanhar: a Paola, do Livros e Fuxicos e a Aione, do Minha Vida Literária.
10. Algo relacionado ao conteúdo que você cria que você ama
Acho que a cada dia que passa, eu fico mais e mais apaixonada pelo blog e pelas oportunidades maravilhosas que ele me oferece. Poder ter um cantinho em que posso registrar tudo aquilo que me deixa contente e esses registros, de alguma forma, poderem despertar alegria e amor em outras pessoas, me deixa muito maravilhada e agradecida. Todas as vezes que leio o comentário de vocês, meu coração dispara de felicidade. Muito obrigada, gente, por todo o carinho e apoio de vocês. Espalhar amor, gratidão e contentamento pela Internet e nas redes sociais é uma missão que abracei há dois anos e que pretendo batalhar para continuar por muitos anos. O apoio de vocês é essencial e sou grata por ele todos os dias. Vocês são demais!
As perguntas da tag original, em inglês, são essas que vou colocar aqui embaixo.
1. A book you can always go back to and feel happy
2. Your standoms (your number one joy filled fandom or fandoms)
3. Type of book cover you’ll always pick up in a bookstore
4. A book trope that you love
5. An anticipated release that makes you happy when you think about it
6. An author whose full canon of books you love
7. Your coziest go-to reading snack/drink
8. A book you’ve shared with with family or friends
9. A fellow booktuber or book blogger whose content always brings you joy
10. Name something about the content you create that you love



Então, é isso pessoal! Não deixem de conferir as respostas da Mel lá no canal do YouTube dela e também não esqueçam de deixar suas respostas para a tag aqui nos comentários. E se vocês forem responde-la no blog de vocês, me marquem e deixem o link aqui nos comentários para que eu possa ler depois.

Obrigada por tudo e desejo que vocês tenham um dia feliz hoje! Beijos açucarados.
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Bonjour, ça va?

Há alguns capítulos, eu comentei que a minha escritora favorita era a Agatha Christie e que eu já li mais de dez livros (seguramente) dela. Foi por isso que decidi fazer um capítulo só sobre ela e sobre a minha coleção de livros dessa autora maravilhosa! Além disso, ao pesquisar mais sobre a Agatha (estamos íntimas, hehehe) no Google, descobri que hoje é o aniversário dela! Se estivesse viva, ela faria 129 anos. Ou seja, este é um capítulo mais do que especial, não é mesmo?

FELIZ ANIVERSÁRIO AGATHA CHRISTIE!

Eu conheci a Agatha Christie, simultaneamente, por dois motivos: o primeiro é que eu havia lido um texto sobre ela na minha apostila de espanhol e me interessei muito por E não sobrou nenhum, pois o texto era super misterioso e me instigou a lê-lo. E o outro motivo foi que uma colega da minha mãe havia me indicado a ler os livros dela, porque eram seus favoritos em alguma época. Então, logo decidi ir a livraria e comprar um volume de E não sobrou nenhum.

A leitura foi tão incrível, tão diferente de todos os livros que eu havia lido até então, que eu quis logo ler mais livros da escritora e fui em busca de mais. Eu me lembro que, quando eu saía para ir a Paulista, um lugar com bancas de jornais sensacionais que vendem livros também, eu sempre que dava comprava um livro da Agatha. Assim, a minha coleção foi crescendo e crescendo... 

Ah, e na biblioteca do meu colégio de Ensino Médio, também havia vários livros da autora e, quando estava em período mais preguiçoso por lá, tirava um e lia. Ou seja, além de todos os livros que eu tenho, li outros mais emprestados. Como eu disse, seguramente, eu li mais de dez livros da Agatha, haha!


Acho que a coisa que mais me chama atenção dos livros dela é a estrutura narrativa dos livros. O título de "rainha do crime", com certeza, veste bem a autora, pois as tramas dela são tão intricadas e imprevisíveis que é bem complicado de se descobrir o culpado, mesmo que você já tenha lido vários livros dela. Pelo menos, eu me sinto, confesso, bem burrinha por passar mais de duzentas páginas sem nem ao menos conseguir adivinhar o suspeito! Mas, para mim, isso é o mais divertido e quando a autora nos revela seu culpado, eu fico bem aliviada e feliz pelo resultado.

Outra coisa que eu adoro nos livros da Agatha são seus personagens. O detetive belga Hercule Poirot conquistou meu coração já nas primeiras páginas do primeiro livro que eu li dele. Com certeza, eu gosto muito mais do Poirot e de seus métodos mais pé no chão (e ainda tão misteriosos e fantásticos) do que do famoso inglês Sherlock Holmes. Quando eu li Cai o pano, ai, meu coração se estilhaçou em pequenos pedacinhos... 


Outra personagem que eu gosto muito é a Miss Marple. Ela é uma senhorinha que, xeretando por aí, descobre vários crimes e culpados também. Ela é muito fofa e me dá a esperança de que, quem sabe, um dia eu consiga descobrir um crime por aí também. Geralmente, eu prefiro ler mais os livros do Poirot do que os livros da miss Marple, porém, ela me encanta e é uma ótima pedida se você acabar se irritando com o jeito arrogante e chato do Poirot.

O meu livro favorito continua a ser o primeiro que eu li: E não sobrou nenhum. Esse livro tem um plot twist genial e o final dele é o melhor final de livro que eu já li em meus 21 anos! Recomendo muito a vocês a leitura desse livro e, prometo que logo logo, farei uma resenha detalhada e cheia de amor dele aqui no blog.

Minha coleção consiste em:

  • Cartas na mesa
  • Um crime adormecido
  • O mistério Sittaford
  • A extravagância do morto
  • Os trabalhos de Hércules
  • E não sobrou nenhum
  • Convite para um homicídio
  • Os crimes ABC
  • Cai o pano
  • Poirot investiga
  • Um corpo na biblioteca
  • Morte nas nuvens
  • O caso do Hotel Bertram
Ao todo, por enquanto, eu tenho treze livros da Agatha Christie. E pretendo comprar outros mais, o meu objetivo agora é comprar aqueles boxes especiais que a editora Nova Fronteira está lançando, sabe?


E agora eu gostaria de saber: qual é seu livro favorito da Agatha Christie? Você gosta da autora?

Eu sei que tem muitas pessoas que tem preconceito com o gênero de romance policial. Já ouvi muitos crítico literários dizendo que é subliteratura, feita apenas para vender e que não tem nada (esteticamente e narrativamente) para acrescentar ao leitor. Eu discordo. Esse é um dos meus gêneros preferidos e, acredito sim, que ele é muito relevante para o cenário da literatura mundial. Afinal, ele é a porta de entrada para muitos leitores que, depois de terminarem esses livros, podem querer se aventurar em outros mais complexos, fazendo com que nosso exército de leitores cresça cada vez mais. 

Outro ponto é que os romances policiais são uma ótima forma de se estimular a engenhosidade e o raciocínio lógico. Isso, na fase de formação crítica de uma pessoa, é essencial para que ela possa compreender o mundo afora e depreender dele informações úteis para o seu crescimento. E, também, ajuda na estimulação de algumas áreas cerebrais, o que é muito, muito bom.


Por isso, mes amis, leiam romances policiais e leiam, principalmente, Agatha Christie! E depois voltem para conversar mais comigo sobre todos eles. Beijos açucarados.
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Ao decifrar o enigma de um velho pergaminho, o professor Lidenbrock e seu sobrinho, o jovem Axel, deparam-se com um fascinante desafio: a possibilidade de chegar ao centro da Terra seguindo o relato de um cientista do século XII. Vencida a resistência do rapaz — que considerou a idéia “pura imaginação” —, os dois partem para o vulcão Sneffels, na remota ilha da Islândia, onde deveria ser iniciada a expedição. Nas entranhas do adormecido vulcão, Lidenbrock, Axel e o guia local penetram em uma viagem através dos tempos, permeando universos há muito extintos e outros que só a imaginação pode criar.

Aventura, ficção científica //  328 páginas // Editora Martin Claret // Classificação: 3/5

"Em busca dos clássicos da literatura, eu vou". E foi durante essa jornada que eu me deparei com a possibilidade de ler um dos maiores livros da literatura de aventura do mundo: Viagem ao Centro da Terra, de Julio Verne. 

Eu conheci o sr. Verne quando criança ainda, por causa de Volta ao Mundo em 80 dias e 20.000 Léguas Submarinas. Ambos eu li, adaptados, quando eu tinha por volta de sete ou oito anos, pois eles faziam parte de uma coletânea de clássicos para o público infanto-juvenil que minha mãe comprava para mim na banca de jornal. Eu lembro que gostava bastante de Volta, mas achava 20.000 Léguas Submarinas um tanto maçante. Mesmo assim, minha impressão sobre os enredos de Verne foi extremamente positiva e logo o coloquei em posição de destaque entre meus escritores de aventura favoritos.

E foi com esse pensamento nostálgico que eu comprei Viagem ao Centro da Terra na última Feira do Livro da USP que eu fui. Estava certa de que gostaria da leitura, pois minhas outras experiências haviam sido positivas. Aliás, eu também gosto muito das adaptações do livro para o cinema, então, sabia que a história me agradaria de qualquer jeito.


No entanto, não foi o enredo, mas sim, a forma de contar a história que me decepcionou. Viagem ao Centro da Terra, com certeza, não é um livro 5/5 para mim. Julio Verne opta por uma escrita mais técnica acerca das composições geológicas do planeta, dando ao leitor várias informações sobre as diferentes rochas e os diferentes solos com os quais Axel e seu tio se deparam ao longo da jornada. Ele fala de equipamentos técnicos usados por geólogos, oferece-nos medições exatas e faz Axel fazer discursos incríveis (como narrador em primeira pessoa que ele é) sobre estalactites e gemas preciosas que ele percebe existir no centro do planeta.

Se você gosta disso, se está interessado por questões geológicas, então, esse livro foi feito para você. Mas, se assim como eu, estava em busca dos motivos pelos quais Viagem ao Centro da Terra é um clássico da aventura, bem, prepare-se para a decepção. Claro, Axel e seus companheiros passam por situações difíceis debaixo do solo e algumas delas são fantásticas! Contudo, Verne opta por deixá-las para os capítulos finais do livro e quando elas chegam ao ápice, o livro acaba.

Durante capítulos sem fim, eu mergulhei em informações técnicas sobre geologia que me cansaram muito e, quando a aventura maravilhosa chegou, não consegui me entusiasmar muito. Além disso, eu não me simpatizei com o Axel, o que é um ponto bastante sensível, já que ele é o protagonista-narrador. Chato, reclamão e frescurento, Axel nos dá uma visão nada aventuresca do que se é chegar ao centro da Terra e ver que nada do que a Ciência havia constatado até então era real. Fazia tempo que eu não me irritava com um protagonista e, olha, Axel fez meus olhos revirarem de indignação várias vezes.


Mas, preciso dizer que Viagem ao Centro da Terra é um prato cheio se você é fã de sci-fi. Não sei se é tão correto eu colocar esse livro na categoria de Ficção Científica, mas, por tudo o que estou estudando na faculdade sobre o assunto, acredito que eu posso ter essa licença. A forma como Verne utiliza correntes científicas em voga na época para construir um cenário incrível para nós é fantástico. A história é muito verossimilhante e pude acreditar que animais e seres humanos de outras Eras poderiam, sim, viver embaixo do solo que pisamos. 

O final foi bem corrido e fiquei muito frustrada pelo que aconteceu. Esperava muito mais do que Verne nos entregou e senti que ele fez aquele final na correria ou porque tinha que entregar o livro logo para a publicação, ou porque ele já não tinha mais ideias de como fazer as personagens atingirem seus objetivos sem que elas tivessem que morrer por eles. Para mim, o livro foi como um gráfico que seguiu a seguinte rota: subiu, estagnou por um longo período, teve um ápice nos capítulos finais e caiu abruptamente para um patamar inferior ao que começou.


Enfim, a leitura valeu a pena mais pelo status do que pela experiência em si. Porém, preciso sempre lembrar que todos os livros merecem ser lidos, pois todos eles são o livro favorito/de cabeceira de alguém no mundo. Se eu não gostei tanto assim, você pode amar. Então, não se frustrem antes de lerem Viagem ao Centro da Terra, ok?

Leiam e depois voltem aqui no meu jardim secreto para que a gente possa conversar mais sobre ele. E se você já leu, por favor, me diga o que achou! Adorarei ver você aqui nos comentários.


Beijos açucarados.
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Senti-me perdida em um labirinto. Verde e escuro, os pontos de luz ficavam muito longes na imensidão do alto. Abaixo de mim, galhos secos estalavam e besouros monstruosos corriam de um lado para o outro, sempre com pressa de chegar em um esconderijo novo, ignorando que tudo ao redor já formava um esconderijo gigantesco e intransponível.

As árvores seculares eram dúbias em sua funcionalidade para mim: eram elas pontos de apoio e aconchego ou  a causa da sensação de aprisionamento que eu sentia naquele lugar? Seus galhos eram tão altos que eu não conseguia escalá-los e as pedras que descansavam no solo não me permitiam ver nada além de um quilômetro de distância. Eu realmente estava perdida em uma massa verde e escura de floresta. 

Os meus sentidos aguçaram-se de imediato quando um som estranho fez-se ouvir próximo de onde eu estava. O som vinha detrás de um arbusto de morangos silvestres e ecoava na pequena clareira onde eu permanecia de pé. Era um som chiado e estridente, parecido com o barulho de estática que a televisão faz quando está sem sinal. O som era pavoroso, devo admitir. Lembrava-me das cenas de filme de terror que eu costumava assistir com meus pais quando era pequena. Mas, qual era a causa daquele som?

Aproximei-me do arbusto para tentar investigar, apesar de minhas pernas não quererem fazer o mesmo em um primeiro momento. Cada passo que eu dava fazia pular o meu coração. Tentei afastar os galhos do arbusto, sem que eu o estragasse, e foi aí que eu vi o que causava aquele som estridente e assustador: um ser diminuto tremia de medo e os guizos costurados em sua roupinha balançavam com seu tremor. 

Eu nunca soube da existência de seres diminutos até entrar naquela floresta e me perder nela. Para mim, fadas, duendes e qualquer coisa assim eram frutos da imaginação de escritores em busca de um best-seller para pagar suas contas. Mas, quando eu vi aquele serzinho medroso na minha frente, pouco maior do que seis centímetros, toda a razão que tomava minha imaginação se desfez como bolhas de sabão. Será que minha mente começara a criar coisas por causa do meu encapsulamento naquela floresta? Estava eu com tanta sede que meu cérebro já ficara doente?

Os meus questionamentos foram todos respondidos quando aquele ser pequenino começou a falar. Isso porque eu tenho convicção de que minha mente nunca conseguiria inventar um diálogo assim. Aquele ser diminuto era tão real quanto as margaridas que pipocavam ao meu lado, tão real quanto a brisa que secava meu suor frio, tão real quanto minhas mãos tremendo e meu coração super acelerado, que dava sinais de parar a qualquer instante. Ele parara de tremer de medo quando percebeu que eu não era perigosa para ele. Do jeito que ele me olhou naquele dia, tenho certeza de que ele achava que eu era uma potencial melhor amiga.

"Olá, senhorita", ele me disse com olhos brilhantes e um sorriso travesso. "Está perdida? Posso ajudá-la?".

"O que você é?", perguntei atônita. Confesso que fui bem rude, mas, entendam, eu estava embasbacada.

"Willie. Meu nome é Willie e sou um homem-pardal a seu dispor". Ele ergueu para mim sua mão minúscula para que eu pudesse apertar.

"Homem-pardal?", sim, eu me sentia idiota fazendo perguntas como essa. 

"É, sabe? O masculino de fada, eu sou uma fada-homem para vocês humanos. E percebi que a senhorita está perdida nessa imensidão multicolorida e aconchegante da floresta. Estou certo disso, certo? Posso te ajudar!". Ele sorria e torcia o chapéu que vestia em suas mãos pequenas e rechonchudas.

"Então, está bem. Por favor, Willie, como eu saio dessa floresta? Estou tentando achar o caminho de volta há horas, mas sempre perco as marcas que faço nas árvores pelas quais já passei. Você mora aqui, certo? Qual é o caminho até a entrada da trilha do Parque Municipal?", perguntei. 

Willie piscou duas vezes. Ele parecia pensar. Depois de alguns minutos, suas bochechas ficaram vermelhas e ele olhou para mim com os olhos cheios de água.

"Senhorita, eu não sei muito bem como ir para a entrada desse parque. Eu não moro aqui, estava apenas visitando a Terra para ajudar na chegada da Primavera. Acabei ficando perdido, distanciei-me de meus amigos e estava pronto para desatar a chorar quando a senhorita me encontrou. Desculpe-me, não fique brava comigo, por favor".

Eu não conseguia ficar brava com ele. Por que ficaria afinal? Estava perdida mesmo, a esperança falsa que Willie me trouxera serviu mais para eu me encorajar a seguir em frente... Se ele não sabia como eu poderia sair da floresta, pelo menos eu conseguiria ajudá-lo a encontrar seus amigos. Para alguma coisa deveria servir eu ser uma humana alta, não é?

"Tudo bem. Eu não estou brava com você. Vou te ajudar a encontrar seus amigos, tá?", disse. Peguei-o na mão e fui à procura de mais homens-pardais e fadas perdidos pela floresta. 

Pelo que Willie me contou, seus outros amigos eram mais experientes do que ela no trabalho na Terra. Eles, sim, é que tinham habilidades para transformar as estações aqui; Willie era só um homem-pardal que ajudava as crianças a acreditarem nas fadas, ou seja, visitava mais as cidades do que as florestas e não conseguia, assim como eu, diferenciar uma árvore da outra. Por isso se perdera. Emaranhara-se, na busca, naquele arbusto de morango em que eu o havia encontrado.

Minha cabeça estava girando com tantas informações caóticas e fantásticas. Quando sua última opção frente à razão é acreditar, você acredita e não discute mais. Naquela hora, minha missão era encontrar outras fadas na floresta-prisão e era isso que eu faria. Meus olhos perscrutavam cada canto daquela floresta em busca de um brilho amarelado. Meus ouvidos, em busca do som chiado e estridente.

Enquanto procurava, Willie me contava as histórias maravilhosas de seu povo. Eram uma sociedade mais bem estruturada do que a humana. As fadas faziam a Terra funcionar, auxiliando a Natureza no que ela precisasse, trazendo o frio, criando os animais, descongelando o solo. Mas, além de trabalhar para o mundo dos humanos, as fadas também tinham funções internas para fazer funcionar sua própria sociedade. Para a minha surpresa, descobri que haviam fadas-padeiras, fadas-costureiras e homens-pardais-sentinelas (a ameaça vinha dos céus - gaviões eram seu principal inimigo). 

Contudo, a função que mais me encantara era a do próprio Willie. Descobri que as fadas morriam se não acreditássemos mais nela, por isso, fazer com que as crianças batessem palmas para reanimá-las era a função mais útil e benevolente que uma fada ou homem-pardal poderia ter! Foi pensando nisso que eu ouvi um som incomum, mas, agora, natural para mim: o chiado estridente.

"Ali!", Willie berrou animado. "Meus amigos me procuram ali, veja, senhorita! Conseguimos achá-los! Obrigado pela ajuda, muito obrigado". 

Meu coração se esquentou quando eu ouvi suas palavras de gratidão. Willie me puxou, batendo suas delicadas asas, para o grupo preocupado e agitado de fadas e homens-pardais que o procurava. Quando eles viram Willie, começaram a fazer barulhos de sinos e a dar pulos de alegria no ar. Diferente de Willie, eu não conseguia entender o que eles diziam, mas pude sentir todo o carinho e gratidão que eles tinham por mim por ter ajudado Willie a voltar para os seus. 

Willie, então, parou em frente a uma fada mais velha e pediu: "Por favor, Andressa, ajude minha amiga senhorita a encontrar a saída para o Parque Municipal. Ela foi tão boa comigo, por favor, ajude-a a voltar para casa também". Andressa, a fada mais velha, olhou para mim e piscou. Então, ela pegou um pouco de um pózinho amarelo e brilhante em sua mão e jogou em cima de mim. Depois disso, senti meu corpo flutuar e meus olhos se embaçarem. A última coisa que vi foi Willie acenando para mim com lágrimas nos olhos.

Estou aqui, sentada em meu quarto, enquanto escrevo isso. Depois daquele dia, nunca mais eu vi Willie ou qualquer outra fada. Mesmo assim, todos os dias, bato palmas e mentalizo que eu acredito nelas para que as fadas continuem a viver por toda a eternidade. Willie me disse que todo ser humano tem uma fada correspondente. Por muito tempo, achei que ela se pareceria comigo, mas foi então que aconteceu um clique em minha mente... Aquele sorriso, aquelas covinhas, a mania de chamar a todos de "senhor" e "senhorita"... Willie! Willie era meu homem-pardal correspondente. Que alegria!

Como eu gostaria de revê-lo... Quem sabe um dia me perco novamente me uma floresta por aí?
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Bonjour, meu nome é Bruna. Sou uma ratinha de biblioteca, adoro fotografar a natureza, andar por ruas desconhecidas e escrever tudo o que me vem a cabeça. Obrigada por visitar o meu jardim. Abra seus olhos e amplie sua imaginação. Talvez você precise bastante por aqui.

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