Resenha: Cinco Meninos, Cinco Ratos - Gonçalo M. Tavares

by - abril 06, 2020

Na foto, o bordado que fiz para sempre lembrar do meu querido cantinho na Internet: um petit souris cheio de florzinhas
Enquanto os cinco meninos estão perdidos na floresta, diversos personagens, como O-Homem-Com-a-Boca-Aberta, entram em cena nesse novo universo criado por Gonçalo M. Tavares: as Mitologias. Narrativas e tipos se cruzam, em confrontos entre a lógica e o absurdo, o humano e a máquina, a ciência e o mito. Recuperando as narrativas orais, mas sem abandonar o estilo que o consagrou, Gonçalo alcança uma dimensão de originalidade poucas vezes vista.

Fantasia // 244 páginas // Dublinense // nota: 5/5


Depois de mais de cinco anos, eu conheci um livro que se tornou meu novo favorito: Cinco Meninos, Cinco Ratos, escrito por Gonçalo M. Tavares. E quero recomendé-lo para qualquer pessoa que passar a minha frente, hahaha!

Aqui, nós temos uma narrativa não-linear sobre cinco irmãos perdidos em uma floresta e que conhecem personagens icônicos, mas também tão perdidos quanto eles. Todos vivem em um regime autoritário, um lugar onde a Velocidade é uma arma de controle e a violência é explícita e incentivada por todos.

Cada capítulo é subdividido em partes, mas que não necessariamente são conectados uns com os outros. O que importa no livro é o tempo presente. Parece que lemos vários flashes de momentos das personagens que se concluem por si mesmos, e é por isso que parece que a história não respeita a lógica temporal.


Mas, não é verdade. O que acontece é que o livro nos apresenta todas as cartas do baralho narrativo ao mesmo tempo: cabe a nós enfileirarmos eles do jeito que mais faz sentido. E se quiserem, não façam isso!
Além da narrativa, outro destaque vai para as personagens. Como disse, todos são bem marcantes e desenvolvem o lodo violento que permeia o universo do lugar em que moram. Podem ser metáforas para cenários de guerra do século XX. Sim, isso ajuda na construção deles, mas ao mesmo tempo isso não é tudo. O que vi foi a personificação dos sentimentos que surgem quando passamos por situações extremas.

Destaco a história do Moscovo: se você quiser entender o livro mais classicamente, tome a história dele como fio condutor para tudo o que está acontecendo. Não se engane pelo titulo: no fim, você não saberá mais quem são os meninos e quem são os ratos.


Por fim, só queria avisar que a editora tem outro livro do mesmo autor que complementa esse. Não vejo a hora de ler para saber mais sobre esse universo tão complexo! Ah, e a edição tá tão linda... Por favor, adquira o livro físico!

É isso, mes amis. Gostaram? Já leram? 

Beijos açucarados e au revoir.

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2 comentários

  1. olá!
    lendo seu texto, fiquei super interessada nesse livro. eu gosto de narrativas não-lineares, tanto por essa coisa de "desvendar" o livro, buscar meios de entender a história, quanto por admiração do trabalho que o autor tem. os temas desse livro parecem muito bons, e a capa é linda também aaa (assim como seu bordado)
    vou guardar esse livro na minha lista, para ler no futuro. enfim, adorei a resenha e indicação ♡
    abraços!

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    1. Bonjour, miss Mari. Ça va?

      Obrigada pelo comentário. Desejo de todo meu coração que você se apaixone por este livro assim como aconteceu comigo. E, por favor, volte sempre a borboletar pelo meu cantinho, está bem?

      Beijos açucarados

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