As luzes azuis piscam em ritmo ordenado/Através da janela, a chuva morna cai/Formando uma mistura inebriante de marcantes aromas/Churrasco, vento quente e chão molhado//As luzes azuis suspendem o movimento caótico/Porém, não está suspensa a agitação que coordena a casa/Por entre carregadores de celular, petit fours de aliche e barulhos de televisão;/Perfumes enjoativos se encontram no ar, uma guerra sazonal costumeira//E, de repente, as luzes azuis se apagam/A escuridão, porém, é logo cortada por uma luz única vinda do teto/Batom vermelho, cabelos por trás da orelha, correntinhas no pescoço/O clique abafado das chaves girando na fechadura//A luz amarela do corredor se acende ao suave movimento do sensor/Uma última checada para garantir que o gás está fechado/Sorrisos nervosos, saltos batendo no chão/Álcool em gel na mão depois de acionar o elevador para o sétimo andar do prédio//Pinheiro falso, renas de plástico, "cuidado para não escorregar"/Estacionamento vazio, barulhos de fogos de artifício sendo estourados ao longe/O rádio do carro sintonizando música pop anos 2000, Mariah/Uma parada antes do destino final//Um resumo da Véspera de Natal.